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Abel Ferreira e a Arbitragem: O Impacto do São Paulo no Campeonato
Por Redação 1Soberano em 26/11/2025 00:32
Após a recente derrota por 3 a 2 para o Grêmio, o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, não poupou críticas à arbitragem do Campeonato Brasileiro. Embora lamentasse os equívocos de sua própria equipe, o português direcionou um olhar perspicaz para as decisões dos árbitros, sugerindo que "muita coisa mudou" no cenário da competição após o polêmico clássico contra o São Paulo.
A declaração do treinador, carregada de um tom questionador, aponta para uma percepção de instabilidade e temor entre os responsáveis pela condução das partidas. "Não vivo de 'ses'. Se o pênalti fosse marcado, o jogo tinha ficado 3 a 3 ou 4 a 3, mas depois deste pênalti muita coisa mudou. Nomeadamente o árbitro desta competição ficou pendurado, será que outros árbitros não ficaram com medo?", indagou Ferreira , traçando uma linha direta entre a punição de um colega e a postura atual dos juízes.
A controvérsia à qual Abel Ferreira se refere remonta ao dia 5 de outubro, em um embate no Morumbi. Na ocasião, o Palmeiras perdia por 2 a 0 para o São Paulo quando o atleta Tapia caiu na área após um contato com Allan. A despeito das veementes reclamações do time tricolor, o árbitro Ramon Abatti Abel optou por não assinalar a penalidade, uma decisão que foi corroborada pelo VAR, Ilbert Estevam.
O Ponto de Virada: O Clássico que Alterou a Arbitragem Brasileira
As consequências daquela partida foram severas para a equipe de arbitragem. O juiz Ramon Abatti Abel foi suspenso por quase um mês e, posteriormente, recebeu uma punição de 40 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ilbert Estevam, o responsável pelo VAR, também foi penalizado, um cenário que, segundo o técnico palmeirense, é inédito em sua experiência no Brasil.
A partir desse episódio, Abel Ferreira sugere uma mudança de comportamento geral. "De apitar, por exemplo, o pênalti no Maracanã (em Gómez no início de Flamengo x Palmeiras). Se comparar o pênalti com o do Arrascaeta na casa do Palmeiras na primeira volta, há muita diferença? Há diferença a bola que bate no jogador do Vitória e nem ao VAR foi ver. Será que os árbitros não ficaram todos com medo que a CBF os castigasse e o STJD ainda desse mais dias de castigo, o que nunca tinha visto em cinco anos de Brasil?", questionou o treinador, enumerando outras situações que, em sua visão, reforçam a tese de uma arbitragem acuada.
A percepção de que a arbitragem está sob pressão e operando com receio parece ter influenciado até mesmo as escolhas táticas de Abel Ferreira . Ao ser indagado sobre a decisão de poupar um time quase completo na partida contra o Grêmio, o técnico explicou que suas deliberações visam o melhor para o Palmeiras, priorizando a final da Conmebol Libertadores contra o Flamengo.
A Sombra da Suspensão: Árbitros Sob Pressão Constante?
Embora a estratégia de rodar o elenco possa ter sido interpretada como um abandono do Campeonato Brasileiro nas rodadas finais, o treinador fez questão de esclarecer que essa não foi uma decisão institucional. "Depois do jogo do São Paulo, percebemos todos no clube o que estava passando. E entendi no último jogo. Não foi o Palmeiras que desistiu. Não desistiu do pênalti no Maracanã, não desistiu do pênalti do Santos, não desistiu do pênalti do Vitória", completou, reforçando a ideia de que a equipe não se resignou, mas que fatores externos, como a arbitragem, moldaram o panorama.
Analisando a performance contra o Grêmio, Abel Ferreira reconheceu os próprios erros da equipe. Ele destacou um "belíssimo primeiro tempo" que, no entanto, foi comprometido por falhas cruciais, como o gol sofrido no último lance antes do intervalo, originado de um arremesso lateral, e duas penalidades concedidas na etapa final.
O técnico lamentou a forma como o resultado foi construído: "Fizemos uma boa primeira parte, entramos muito bem no jogo, pena no último terço as finalizações não terem levado outros acertos. Injusta a forma como fomos para o intervalo com um gol sofrido de um arremesso da linha lateral, não lembro de nada que tenham criado, fizemos uma belíssima primeira parte, pena um resultado tão escasso."
Decisões no Campo e Fora: O Jogo da Estratégia e da Desconfiança
Na segunda etapa, apesar da frustração do gol sofrido, o jogo se equilibrou, mas os erros continuaram a custar caro. "Depois, não podemos cometer um pênalti daqueles, não podemos, ao perder por 2 a 1 não podemos perder um gol embaixo da trave como Facundo perdeu, neste nível esses erros custam caro, no final o adversário criou mais pelos nossos erros que propriamente pelo volume que tiveram. Estava tentando entender porque meu jogador foi expulso, regra não deixa jogador ser penalizado duas vezes, mas foi o que foi", concluiu Abel Ferreira , evidenciando a insatisfação com a performance e com as decisões do apito.
Com a derrota para o Grêmio, o Palmeiras manteve-se com 70 pontos. O Flamengo, por sua vez, alcançou 75 pontos após um empate com o Atlético-MG. Restando apenas seis pontos em disputa no campeonato, a equipe de Abel Ferreira necessita vencer suas duas partidas restantes e torcer para que o Flamengo conquiste no máximo um ponto em seus dois jogos finais para ter chances de levantar a taça, um cenário que se torna ainda mais desafiador diante da sombra das controvérsias arbitrais levantadas pelo técnico.
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