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Crespo Analisa Distância do São Paulo para Flamengo e Palmeiras: Uma Realidade Dura

Por Redação 1Soberano em 06/11/2025 01:30

A FRANQUEZA DE CRESPO SOBRE O CENÁRIO ATUAL DO SÃO PAULO

Em uma declaração que ressoou fortemente nos bastidores do futebol, o técnico do São Paulo, Hernán Crespo, ofereceu uma perspectiva direta sobre a posição de seu time no panorama nacional. Após o empate em 2 a 2 com o Flamengo, o treinador argentino não hesitou em afirmar que o Tricolor não se encontra na mesma "dimensão" de clubes como o Rubro-Negro carioca e o Palmeiras.

A análise de Crespo sublinha uma verdade muitas vezes evitada: a disparidade de investimento e o tempo de construção de projetos entre os clubes. Ele questiona a expectativa de lutar diretamente com equipes que desfrutam de um patamar financeiro e estrutural superior, sugerindo que o São Paulo deve focar em suas próprias batalhas e objetivos alcançáveis.

A fala do técnico aponta para uma necessidade de paciência e reconhecimento das limitações impostas pela realidade atual do esporte. Para Crespo, a trajetória de sucesso de Palmeiras e Flamengo é fruto de "anos e anos de investimento", um caminho que não pode ser encurtado de forma abrupta pelo clube paulista.

O PESO DA HISTÓRIA VERSUS A REALIDADE DO CAMPO

A reflexão de Crespo se aprofunda ao contrastar a grandiosidade histórica do São Paulo com o presente. O treinador recordou uma declaração feita por ele mesmo há quatro anos, onde considerava a conquista de apenas um Campeonato Paulista como algo "muito pequeno" para o clube. No entanto, ele usou esse ponto para ilustrar a complexidade da situação atual, ao indagar sobre o desempenho recente da equipe no torneio estadual.

"Quando falei, quatro anos atrás, ganhar só o Paulistão é algo muito pequeno para o São Paulo. Sabem quantas vezes o São Paulo ganhou o Paulistão nos últimos vinte anos? Sabem quantas? Uma. É a realidade. Pés no chão, entender a situação. É assim. Vamos lutar? Sim, mas estamos falando, neste momento, de Palmeiras e Flamengo em outra dimensão na América do Sul. Não podemos, neste momento, nos comparar todo dia. Na história? Sim, ufa! Mas a realidade, hoje, é outra. É ter calma, humildade e trabalhar para diminuir esse 'gap' o mais rápido possível."

Essa citação de Hernán Crespo é um chamado à lucidez. Ela reforça a ideia de que a história, por mais gloriosa que seja, não garante vitórias no presente. A "realidade" exige uma abordagem pragmática, focada em "ter calma, humildade e trabalhar" incansavelmente para reduzir a distância que separa o São Paulo dos líderes do continente.

ANÁLISE DO DUELO CONTRA O FLAMENGO E AS ESCOLHAS TÁTICAS

O empate em 2 a 2 com o Flamengo, na Vila Belmiro, serviu como pano de fundo para as declarações de Crespo e ilustra a resiliência do time. O São Paulo abriu o placar cedo com Luciano, mas viu o adversário igualar e virar o jogo. A expulsão de Gonzalo Plata, por uma entrada em Arboleda, alterou drasticamente o cenário da partida, dando ao Tricolor a chance de reassumir o controle e buscar o empate, concretizado por Ferreira aos 35 minutos do segundo tempo.

Apesar da dificuldade imposta pela qualidade do Flamengo, Crespo valorizou o resultado, mas com um toque de lamento pelo que poderia ter sido. Ele expressou a sensação de que a vitória era palpável após a reviravolta no jogo.

"Não é fácil jogar com o Flamengo. Tem muita qualidade. Acho que o empate foi bom, mas o sabor é de uma lástima, pois, no final, a gente acreditava que podia conseguir a virada. Mas acabar um jogo assim, com esta sensação, é bem legal, ainda mais com o momento do Flamengo."

Em sua avaliação do trabalho, o técnico destacou a construção de uma "ideia, uma identidade" desde sua chegada. Ele exemplificou a evolução tática do time ao mencionar a entrada de Ferreira , uma aposta que muitos talvez não esperassem, mas que se tornou possível pela solidez da base construída nos últimos meses. Isso demonstra uma confiança crescente na capacidade do elenco de se adaptar e executar diferentes estratégias.

A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE E A VALORIZAÇÃO DA BASE

Crespo enfatizou que a identidade de um time vai além de esquemas táticos fixos, como jogar com três ou quatro zagueiros. Ele detalhou a complexidade das funções individuais em campo, como a marcação um contra um, ilustrando que a adaptabilidade tática é um reflexo de uma identidade bem estabelecida. Tal abordagem, segundo ele, requer tempo e um entendimento profundo das características dos jogadores.

A utilização da base de Cotia foi outro ponto crucial na coletiva. O treinador revelou sua preferência por um banco de reservas com menos jogadores, mas todos aptos a entrar e contribuir, seja no Paulistão ou em outras competições. Ele argumenta que o desenvolvimento dos jovens atletas, como Maik se recuperando de lesão, se dá através da experiência de jogo.

Crespo admira a formação em Cotia, mas ressalta que a escalação não deve ser uma simples questão de origem, e sim de mérito e oportunidade de jogo. Ele lamentou a impossibilidade de utilizar atletas como Negrucci devido a restrições de idade, evidenciando o dilema entre o potencial da base e as regras que limitam sua inserção imediata no elenco principal. Para ele, é fundamental que os jovens "jogam, têm que aprender, têm que tentar", mas nem sempre há o espaço necessário.

ADAPTAÇÃO E EQUILÍBRIO EMOCIONAL: O CAMINHO DO TRICOLOR

A ausência do Morumbis para o jogo foi abordada por Crespo com pragmatismo. O técnico reiterou a necessidade de adaptação, uma filosofia que, para ele, é essencial na vida e no futebol. A preferência por jogar em seu estádio é evidente, mas a capacidade de superar obstáculos e "seguir em frente" é colocada como prioridade.

Em um contexto de oscilações recentes, o treinador defendeu a estabilidade e a confiança no elenco . Ele expressou satisfação com a evolução do São Paulo , que, de uma situação de risco de rebaixamento, passou a almejar uma vaga na pré-Libertadores. Essa "construção muito grande" exige fé nos atletas e em suas qualidades.

Crespo criticou a pressão externa por mudanças radicais a cada resultado negativo, seja pedindo a saída de jogadores ou a ascensão da base como solução imediata para todos os problemas. Ele defende a construção de uma "identidade, uma segurança" e a aceitação de que os atletas podem cometer erros ou passar por momentos difíceis. Para o técnico, é fundamental oferecer "carinho" e apoio, garantindo que o foco esteja no equilíbrio emocional e no trabalho contínuo, sem se deixar abalar pelas vozes externas.

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