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Dilema Tricolor: São Paulo Perde para Ceará e Expõe Velhas Feridas no Morumbi

Por Redação 1Soberano em 29/09/2025 22:11

O campo de futebol, por sua natureza dinâmica, frequentemente oferece chances imediatas de redenção. Contudo, para o São Paulo, o caminho rumo à recuperação parece mais longo e complexo. A equipe Tricolor, ao ser superada em seus domínios, exibiu novamente as deficiências que marcaram sua recente saída da Libertadores. A carência de alternativas no ataque, a indecisão na construção de jogadas para romper a defesa oponente e a vulnerabilidade de sua própria linha defensiva foram pontos evidentes. A vitória do Ceará foi selada por um gol de Pedro Henrique.

Em contraste, o Ceará iniciou o confronto com maior ímpeto, embora tenha recuado sob pressão na segunda metade do primeiro tempo. Apesar de um susto logo no começo da etapa final, com um lance que por pouco não resultou em gol contra, o time visitante demonstrou notável solidez tática, aderindo fielmente ao plano de jogo de seu comandante. Com precisão cirúrgica, aproveitou uma de suas duas chances claras para garantir o resultado. Esta vitória representa um marco, sendo a primeira do Vozão no estádio tricolor desde 2015, quando triunfou pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Na formação inicial, Hernán Crespo promoveu o retorno de Cédric Soares à ala direita. Rafael Tolói e Alisson foram escalados como titulares, enquanto Sabino e Pablo Maia figuraram entre os reservas. Ferraresi e Oscar permaneceram ausentes por lesão. Do lado do Ceará, Léo Condé teve à disposição nomes importantes como Fabiano Souza, Marcos Victor, Matheus Bahia, Richardson e Pedro Raul, que voltaram ao time. A estrutura tática manteve-se no 4-3-3, com Galeano e Paulo Baya atuando pelos flancos.

A Reincidência de Falhas: Um Morumbi Sem Respostas

O embate, que encerrou a 25ª rodada do Brasileirão 2025, desenrolou-se em um Morumbi com público abaixo do usual. O São Paulo , desde os primeiros instantes, demonstrou consideráveis dificuldades na criação de jogadas. Essa inabilidade criativa foi particularmente notória nos 20 minutos iniciais e nos últimos cinco da primeira etapa, momentos em que o Ceará conseguiu pressionar a meta defendida por Rafael . A falta de sincronia nos movimentos ofensivos tricolores era evidente. Embora a equipe tenha conseguido ganhar volume e apresentar alguma mobilidade em certos lances, recuperando a posse de bola no campo adversário, a eficácia na finalização foi pífia.

A estratégia do Vozão era clara e extremamente bem executada na marcação. Fabiano Souza oferecia suporte constante à dupla de zaga, neutralizando Luciano e Ferreira, e providenciava coberturas essenciais na linha defensiva. Matheus Bahia dedicou-se a anular Cédric Soares , enquanto Dieguinho focava em Bobadilla, Richardson em Rodriguinho e Lourenço na marcação de Alisson . Galeano , em um esforço notável, recuava mais que Paulo Baya para acompanhar Enzo Diaz. O ponta-esquerda, juntamente com Pedro Raul, dividia a responsabilidade de pressionar os três zagueiros do time paulista. Encurralado por esse esquema, o São Paulo não conseguiu produzir nada significativo na primeira metade do primeiro tempo. Pelo contrário, o Ceará aproveitava para sair em velocidade, utilizando o pivô de Pedro Raul e efetuando inversões de jogo eficazes.

O próprio Pedro Raul, centroavante do Ceará, arriscou duas finalizações, uma delas com considerável perigo, exigindo intervenção de Rafael . O flanco direito do Vozão, com Galeano e Fabiano Souza, mostrava-se o mais incisivo. O panorama começou a mudar quando o Tricolor conseguiu ajustar sua marcação na saída de bola adversária, realizando desarmes e reagindo com agilidade à perda da posse. Essa postura permitiu que o São Paulo encurralasse o Ceará em seu próprio campo, demonstrando um breve período de imposição.

O Nó Tático do Ceará e a Efêmera Reação Tricolor

A produção de Bobadilla e Rodriguinho , nesse período, elevou-se, permitindo que ambos levassem vantagem sobre Dieguinho e Richardson. O jovem meio-campista chegou a acertar o travessão em um arremate de fora da área e, logo depois, finalizou sobre Bruno Ferreira após uma boa trama de Bobadilla pela direita. Luciano também tentou desviar um cruzamento de Cédric Soares , mas sem a contundência necessária para ameaçar o gol.

A vida dos atacantes são-paulinos, Luciano e Ferreirinha, revelou-se um desafio constante. Seus movimentos eram desordenados, e a dupla não encontrou brechas na marcação implacável dos zagueiros alvinegros, Marcos Victor e Willian Machado, que se mostraram impecáveis na proteção da área. Para agravar a situação, Crespo foi forçado a realizar uma alteração ainda no primeiro tempo devido a uma lesão de Rafael Tolói, que foi substituído por Sabino . No intervalo, Alan Franco deixou o campo por decisão técnica, cedendo lugar a Lucas.

Léo Condé, por sua vez, optou por retirar Paulo Baya e introduzir Pedro Henrique . A equipe do São Paulo , então, reorganizou-se taticamente para um 4-3-3, com Lucas e Ferreira atuando pelas pontas, formando a linha de frente ao lado de Luciano . Logo no primeiro minuto da segunda etapa, Ferreirinha acertou a trave em um chute da entrada da área. Este ímpeto ofensivo, contudo, trouxe consigo uma maior exposição defensiva, e o Tricolor pagaria um alto preço por essa escolha.

O Golpe Fatal e a Ausência de Reação

O lance capital do jogo materializou-se quando Arboleda precisou se deslocar para combater Pedro Henrique fora de sua zona de marcação. O vazio deixado pelo zagueiro não foi devidamente preenchido, e o passe de Matheus Bahia, que sofreu um desvio em Alisson , encontrou Pedro Henrique . O atacante do Ceará driblou Rafael e balançou as redes. Foi um gol que expôs a dificuldade de uma defesa que, aparentemente, ainda não se adaptou plenamente à dinâmica de atuar com uma linha de quatro, somado ao mérito de um Ceará que soube trabalhar a bola com paciência e persistência ofensiva.

A tão aguardada melhora na produtividade ofensiva da equipe paulista, entretanto, não se concretizou. Crespo realizou outra alteração antes dos 20 minutos da etapa final, substituindo Ferreirinha por Lucca. O São Paulo mantinha a posse de bola na intermediária, mas sem conseguir desenvolver mecanismos coletivos que permitissem penetrar a compacta defesa alvinegra. Nem mesmo as tentativas individuais surtiam efeito.

Próximo da metade do segundo tempo, Maílton e Dinenno entraram nas vagas de Cédric Soares e Rodriguinho , respectivamente. Essas foram as últimas investidas da comissão técnica da casa para tentar injetar agressividade pelo flanco direito e aumentar a presença na área adversária. Curiosamente, Luciano , apesar de uma atuação discreta, permaneceu em campo. Pelo lado do Ceará, Fernando Sobral e Zanocelo foram acionados para renovar o fôlego do meio-campo, substituindo Lourenço e Dieguinho.

A ineficácia ofensiva do São Paulo persistiu até o apito final. Em contrapartida, o Tricolor ainda correu o risco de sofrer o segundo gol quando Pedro Raul, antes de ser substituído por Vina, avançou sozinho em um contra-ataque, mas hesitou na finalização e acabou desarmado. Com a importante vitória em solo paulista, o Ceará encerrou a rodada na 11ª colocação, distanciando-se em nove pontos da zona de rebaixamento.

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Cláudio

Cláudio

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Comentado em 30/09/2025 02:30 Aff, galera, vacilo feio ontem mas Crespo é brabo, vai ajeitar isso rapidão, tamo junto!
Miguel

Miguel

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Comentado em 30/09/2025 00:20 É nóis, time vai reagir logo, força Tricolor!
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