1. 1Soberano

Márcio Carlomagno: A Figura Chave na Sucessão Presidencial do São Paulo FC

Por Redação 1Soberano em 24/10/2025 04:20

Em um período de intensas discussões sobre o desempenho esportivo e a saúde financeira do São Paulo Futebol Clube, uma figura discreta, mas de crescente relevância, emergiu nos corredores do Centro de Treinamento da Barra Funda. Márcio Carlomagno, o superintendente geral, que até então mantinha um perfil quase invisível ao público, tornou-se um dos nomes mais comentados nos bastidores do Morumbi. Sua chegada ao CT, orquestrada pelo presidente Julio Casares, não se deu para calçar chuteiras, mas para estruturar o planejamento estratégico e orçamentário do futebol com vistas a 2026, um movimento que ressoa profundamente na política interna do clube.

Com 44 anos de idade, Carlomagno possui formação em Direito, concluída em 2018 pelo Centro Universitário FMU, e um MBA em Gestão de Projetos. Sua experiência profissional abrangeu o setor de suplementos alimentares e consultoria, mas é sua ligação de mais de duas décadas com o São Paulo que define sua trajetória. Em seu currículo profissional na plataforma LinkedIn, ele detalha uma escalada de funções no clube, iniciando como assessor de futebol social e progredindo para cargos como "administrador do estádio", "diretor de planejamento e desenvolvimento" e "assessor da presidência" durante as gestões de Carlos Miguel Aidar, Carlos Augusto de Barros e Silva (Leco) e, finalmente, Julio Casares, até assumir a superintendência.

A ascensão de Carlomagno no cenário tricolor não é recente. Em 2014, ele foi eleito suplente do Conselho Deliberativo, na mesma votação que levou Aidar à presidência, e pouco depois efetivou-se como conselheiro. Contudo, uma alteração estatutária em 2020 exigiu que ele abdicasse de suas prerrogativas políticas para permanecer em um cargo remunerado no São Paulo . Como funcionário, sua participação foi crucial na implementação do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), consolidando-se como um pilar nas deliberações do presidente Julio Casares. Essa proximidade o posiciona, hoje, como o favorito para ser o indicado à sucessão presidencial.

O Arquiteto Financeiro e Sua Visão Estratégica

A influência de Márcio Carlomagno no São Paulo é inegável. Sua transição das arquibancadas e do Conselho Deliberativo para o lado administrativo do clube contou, inicialmente, com o apoio de Carlos Belmonte. Em 2014, Belmonte, então indicado por Aidar para a diretoria de estádio, teve Carlomagno como um de seus quatro diretores adjuntos. Ambos eram integrantes do mesmo grupo político tricolor, o Legião.

Em 2017, após a eleição que reconduziu Leco à presidência (que já havia assumido o posto em 2015 após a renúncia de Aidar), Carlomagno desempenhou um papel ativo na campanha vitoriosa e, em seguida, foi nomeado assessor do presidente. Nessa função, ele atuou como uma espécie de "faz-tudo" para assuntos políticos dentro do gabinete. Foi nesse período que sua influência nos bastidores cresceu, permitindo-lhe transitar por diversas áreas do São Paulo e tornando-o uma figura mais conhecida entre os frequentadores do clube, apesar de enfrentar algumas críticas internas e externas. A principal delas, conforme relatos anônimos, apontava para uma suposta falta de experiência para cargos de tamanha envergadura no Tricolor.

O término do mandato de Leco em 2019 não significou o fim da jornada de Carlomagno no São Paulo . Com a chegada de Julio Casares à presidência, seu poder foi ainda mais ampliado. No início do segundo mandato do atual presidente, em 2024, o então assessor foi elevado ao recém-criado cargo de superintendente geral do clube. Nesta nova função, Carlomagno deixou de ter apenas influência política para participar ativamente de decisões cruciais, com um papel preponderante na elaboração do orçamento, na implementação do FIDC e em outras iniciativas financeiras. Desse modo, consolidou-se como o braço-direito de Julio Casares.

Questionado sobre sua atuação no CT da Barra Funda e o planejamento para 2026, Carlomagno, por meio de sua assessoria, detalhou sua visão:

"Minha contribuição não passa por interferir em decisões de campo, que são exclusivas dos profissionais da área técnica. O que procuro é oferecer suporte de gestão, planejamento e equilíbrio, especialmente em momentos que exigem serenidade diante de pressões emocionais. O futebol é o centro da atividade do São Paulo, mas o desempenho esportivo depende, em grande parte, da solidez administrativa. Por isso, o foco é trabalhar com diretrizes claras e metas bem definidas. O resultado em campo importa, claro, mas ele deve ser consequência de um planejamento bem executado."

Confrontos velados: Belmonte e o Futuro Tricolor

A presença de Márcio Carlomagno no CT da Barra Funda possui repercussões políticas evidentes nos corredores do São Paulo . Para os opositores do superintendente e de Julio Casares, esse movimento sinaliza um enfraquecimento de Carlos Belmonte, atual diretor de futebol, e um fortalecimento do principal aliado do presidente. Apesar dessa percepção, os dirigentes mantêm uma relação cordial no dia a dia, e Belmonte, oficialmente, continua com suas atribuições inalteradas.

Carlos Belmonte, por sua vez, tem confidenciado a membros de seu grupo político, o Legião, que não considera deixar o cargo de diretor de futebol e que não se sente diminuído em sua posição no clube. Qualquer decisão sobre uma eventual mudança no comando do departamento de futebol dependeria, neste momento, exclusivamente de Casares. Contudo, a relação entre Casares e Belmonte, antigos aliados, tem se mostrado "fria" e distante nos últimos meses. Um dos principais focos de divergência entre eles reside na proposta de criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) para Cotia, com Belmonte se posicionando contra e Casares, apoiado por Carlomagno, sendo um entusiasta da ideia.

A mesa de trabalho no CT da Barra Funda, que hoje une Márcio Carlomagno e Carlos Belmonte em prol dos objetivos esportivos do São Paulo , pode se transformar em um palco de disputa nas eleições de 2026. Ambos são considerados potenciais candidatos à presidência por grupos que compõem a atual situação política do clube. Embora o discurso público preze pelo foco no presente, a movimentação nos bastidores é intensa. Oficialmente, a decisão sobre o candidato da situação para suceder Casares a partir de janeiro de 2027 foi adiada para março do próximo ano. Nos bastidores, porém, conselheiros já articulam apoios para seus respectivos nomes. Neste cenário, Carlomagno e Belmonte, hoje peças-chave no planejamento estratégico, podem emergir como adversários diretos.

O Caminho para a Cadeira Presidencial

Neste momento, o cargo de superintendente geral impede Márcio Carlomagno de concorrer à presidência do São Paulo . Para se tornar elegível, ele precisaria, primeiramente, ser eleito conselheiro na eleição que ocorrerá no final do próximo ano, aproximadamente 15 dias antes do pleito que definirá o próximo mandatário. Para ser eleito conselheiro, Carlomagno teria de renunciar ao seu cargo remunerado no clube. Essa condição adiciona uma camada de complexidade à sua possível candidatura.

Assim, a pouco mais de um ano da próxima eleição, o departamento de futebol do São Paulo se encontra em uma situação peculiar: dois de seus agentes mais influentes, que compartilham o mesmo espaço de trabalho, são vistos como potenciais adversários na corrida pela presidência do clube para o próximo triênio. A dinâmica entre eles e as manobras políticas dos bastidores prometem moldar o futuro do Tricolor.

Curtiu esse post?

Participe e suba no rank de membros

Comentários:
Recentes:
Joana

Joana

Nível: Semipro

Rank: 19169

Comentado em 24/10/2025 08:40 Confio no elenco e na nossa diretoria, vai?
Renato

Renato

Nível: Semipro

Rank: 18665

Comentado em 24/10/2025 06:30 Tamo junto, Renato aqui, com Carlomagno ajudando a acertar o planejamento 2026, vamos com fé que o tricolor volta logo
Ranking Membros em destaque
Rank Nome pontos