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São Paulo: 900 Dias de Jejum em Faltas Diretas – O Legado Pós-Ceni
Por Redação 1Soberano em 11/11/2025 04:11
O Prolongado Jejum Tricolor na Bola Parada
O São Paulo Futebol Clube atravessa um período notável de aridez no que tange aos gols de falta direta. Após o embate sem sucesso contra o Red Bull Bragantino, no último sábado, disputado na Vila Belmiro, o Tricolor ultrapassou a marca de 900 dias sem converter uma cobrança de bola parada em gol. A ineficácia foi ainda mais evidente ao desperdiçar uma chance crucial, originada de uma infração na entrada da área adversária, durante o referido confronto. Atualmente, esse jejum se estende por alarmantes 903 dias.
O último atleta a romper essa barreira foi Wellington Rato, em 25 de maio de 2023, durante a vitória por 2 a 0 sobre o Puerto Cabello, da Venezuela, em partida disputada fora de seus domínios. Contudo, é importante ressaltar que, antes do tento de Rato, o clube já amargava outra extensa seca, superando os 500 dias.
A penúltima vez que o Tricolor celebrou um gol de falta direta foi com o argentino Martín Benítez, em 10 de novembro de 2021, no empate em 1 a 1 frente ao Fortaleza, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro daquela temporada. Em suma, ao observar o lapso temporal de quatro anos ? equivalente a 1462 dias ?, constata-se que o São Paulo registrou meros dois gols provenientes de cobranças de falta direta.
A Herança de um Gênio e a Realidade Atual
Tal estatística seria inimaginável em épocas passadas, quando a agremiação desfrutava da presença de um dos mais exímios cobradores de faltas da história do futebol nacional: Rogério Ceni. A aposentadoria do goleiro-artilheiro, ao final da temporada de 2015, marcou o início de uma nova era, e com ela, a ausência de um protagonista incontestável nesse fundamento tão crucial.
Desde que Rogério Ceni pendurou as chuteiras, o São Paulo viu a rede balançar por meio de faltas diretas em apenas seis ocasiões. Esse número modesto ilustra a dificuldade do clube em replicar a maestria que outrora era sua marca registrada, evidenciando uma lacuna técnica e tática que perdura há quase uma década.
O Retrato Pós-Rogério: A Escassez em Números
A tabela a seguir detalha os escassos gols de falta direta anotados pelo São Paulo após a saída de seu lendário camisa 01, sublinhando a raridade desses momentos de brilho em bolas paradas:
| Jogador | Adversário | Data | Campeonato |
|---|---|---|---|
| Lucas Fernandes | Botafogo | 15/05/2016 | Brasileirão |
| Hernanes | Cruzeiro | 13/08/2017 | Brasileirão |
| Hernanes | Ponte Preta | 09/09/2017 | Brasileirão |
| Vitor Bueno | Grêmio | 14/08/2021 | Brasileirão |
| Martín Benítez | Fortaleza | 10/11/2021 | Brasileirão |
| Wellington Rato | Puerto Cabello - VEN | 23/05/2023 | Copa Sul-Americana |
Quem Assumirá a Responsabilidade?
A lista de cobradores que tentaram, mas não obtiveram êxito, é extensa e inclui nomes como Alisson, Lucas, Luciano e, em investidas mais recentes, Maílton e Rigoni. Nenhum deles conseguiu quebrar o atual jejum, o que levanta questionamentos sobre a preparação e a designação de um especialista para essa função tão específica.
A capacidade de converter faltas diretas em gol não é apenas um diferencial técnico, mas também uma arma estratégica capaz de decidir partidas apertadas e quebrar defesas adversárias bem postadas. A persistência dessa deficiência no São Paulo indica a necessidade de uma reavaliação profunda sobre a formação de atletas e a identificação de talentos capazes de assumir essa responsabilidade com a precisão que o clube outrora conheceu.
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