São Paulo e a LDU: A Decisão Logística para a Libertadores na Altitude Equatoriana

O São Paulo Futebol Clube delineou sua abordagem logística para o embate crucial contra a LDU, agendado para 18 de setembro, pelas quartas de final da Conmebol Libertadores. A delegação tricolor optou por seguir rumo a Quito na véspera do confronto, em um voo fretado direto. Essa decisão visa mitigar os efeitos adversos da altitude de 2.850 metros da capital equatoriana sobre o desempenho dos atletas, uma preocupação constante em jogos disputados nessas condições.

Esta escolha representa um claro contraste em relação a viagens internacionais recentes. Em compromissos anteriores contra equipes como Atlético Nacional e Alianza Lima, a praxe era o desembarque com dois dias de antecedência, permitindo sessões de treinamento no país-sede. Desta vez, a programação estabelece um treino matinal no CT da Barra Funda em 17 de setembro, seguido imediatamente pela jornada ao Equador.

A Tática da Chegada Imediata: Precedentes e Fundamentos

A adoção de uma chegada de última hora não é uma novidade na história recente do clube. Em 2022, o Tricolor empregou tática similar ao enfrentar o Ayacucho em Cusco, cidade localizada a 3.300 metros de altitude, desembarcando poucas horas antes da partida. Dois anos antes, na estreia da Libertadores contra o Binacional, em Juliaca (3.825 metros), a mesma postura estratégica foi observada, revelando uma preferência consolidada por essa abordagem em cenários de elevada altitude.

A justificativa para tal procedimento foi detalhada por Luis Fernando de Barros, então fisiologista do clube, que explicou a complexidade da aclimatação. Segundo Barros, a "adaptação completa à altitude levaria cerca de três semanas". Evidentemente, tal período é inviável dentro do apertado calendário do futebol sul-americano, forçando os clubes a buscar alternativas que minimizem os impactos em um curto espaço de tempo.

Lições do Passado: A Experiência de 2023 contra a LDU

Curiosamente, em 2023, o São Paulo adotou uma estratégia distinta ao viajar para Quito com dois dias de antecedência para enfrentar a própria LDU pela Sul-Americana. Naquela ocasião, a equipe realizou treinos no centro de treinamento do Independiente del Valle e seguiu a preparação padrão, como em outras partidas. Contudo, o resultado em campo foi uma derrota por 2 a 1, em um embate no qual a equipe equatoriana demonstrou ampla superioridade.

Essa experiência recente, com uma abordagem mais convencional de aclimatação prévia que não resultou em sucesso, pode ter influenciado a decisão atual de retornar à tática da "viagem relâmpago". A derrota em 2023, marcada por um domínio claro do adversário, sugere que a mera presença antecipada não garantiu o desempenho desejado.

O Reencontro Histórico e a Aposta Estratégica

O confronto contra a LDU representa mais um capítulo no histórico de embates entre o São Paulo e um adversário tradicional em competições continentais. O cenário de altitude, que exige um esforço físico e estratégico intensificado da comissão técnica e dos jogadores, adiciona uma camada extra de complexidade ao duelo. A aposta do Tricolor na chegada imediata a Quito é uma tentativa calculada de reduzir os efeitos fisiológicos da altitude, buscando assegurar que a performance em campo seja determinada essencialmente pela qualidade técnica e tática do futebol apresentado, e não por fatores externos incontroláveis.