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Venda de Lucas Ferreira: O Real Impacto nas Finanças do São Paulo
Por Redação 1Soberano em 15/08/2025 09:11
A recente transferência de Lucas Ferreira para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, representa um marco financeiro para o São Paulo Futebol Clube, embora não se configure como a panaceia para todas as questões orçamentárias do ano. O atacante, fruto das categorias de base de Cotia, foi negociado por um montante expressivo de 10 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 63 milhões, e já se encontra a caminho para a conclusão dos trâmites contratuais e exames médicos.
Dessa quantia total, o Tricolor Paulista assegura 80%, o que se traduz em aproximadamente R$ 50 milhões. Adicionalmente, o acordo prevê um bônus de 2 milhões de euros (cerca de R$ 12,5 milhões) caso o clube ucraniano garanta sua vaga na Liga dos Campeões de 2026, meta amplamente vista como alcançável.
Apesar do alívio proporcionado por essa injeção de capital, o cenário financeiro do São Paulo ainda exige cautela. O valor obtido com a transação de Lucas Ferreira praticamente cobre o déficit acumulado até o momento no ano, que atinge a cifra de R$ 67 milhões.
Cenário Financeiro: Desafios e Projeções para o Ano
Conforme revelado anteriormente, o clube excedeu seu orçamento em R$ 43 milhões somente com despesas salariais e outros custos operacionais do departamento de futebol. Soma-se a isso uma arrecadação R$ 24 milhões abaixo do esperado em premiações nas competições estaduais e na Copa do Brasil, intensificando o desafio orçamentário.
Ainda que a venda de Lucas Ferreira enderece o passivo imediato, a projeção para o encerramento do exercício financeiro de 2024 aponta para um potencial novo desequilíbrio. Mantendo a atual média de gastos, o São Paulo pode ultrapassar o teto orçamentário em aproximadamente R$ 30 milhões, uma vez que a folha salarial atual não deve sofrer reduções significativas até dezembro.
Para mitigar esse risco e reverter a tendência, a campanha na Copa Libertadores da América emerge como o principal vetor de esperança financeira. O planejamento interno do clube contempla a chegada às quartas de final do torneio continental. Um avanço além dessa etapa representaria um acréscimo substancial nas receitas.
Atingir a semifinal da Libertadores, por exemplo, renderia cerca de R$ 12,5 milhões. Chegar à grande final garantiria R$ 38 milhões ao vice-campeão, enquanto o título máximo do continente injetaria impressionantes R$ 130 milhões nos cofres tricolores, um valor que, por si só, transformaria completamente a paisagem financeira do ano.
A Visão da Diretoria: Orçamento e Estratégias de Receita
O diretor de futebol do São Paulo , Carlos Belmonte, trouxe à tona a complexidade por trás da gestão orçamentária do clube, destacando que as premissas iniciais nem sempre se concretizam. Ele ilustrou a situação com exemplos práticos, como a renovação de contratos.
Uma coisa é o orçamento. Ele é feito partindo de algumas premissas que não são cumpridas de casa. Por exemplo: ao final do ano terminava o contrato do Rafinha e do Luiz Gustavo. Do ponto de visto do orçamento, são dois salários saindo. Rafinha foi embora e renovamos com o Luiz. Do ponto de visto do novo orçamento, você aumentou um salário, não diminuiu um. Temos que dar superávit no ano. Para compensar essas restrições orçamentárias, temos que vender mais atletas. Não chegamos nas quartas da Copa do Brasil, então temos que buscar compensações. Temos que chegar em fases mais avançadas da Libertadores, ou vender mais atletas, ou ter mais bilheteria. É tudo um pacote. Temos como convicção que vamos terminar o ano com superávit. De que forma? Da forma que for possível. Basta ver que tirei 18 atletas do elenco e trouxe cinco. Como podemos estar gastando muito? Pelo contrário. Estamos gastando pouco.
Além do desempenho esportivo na Libertadores, outra via provável para o equilíbrio das contas é a realização de novas vendas de atletas na próxima janela de transferências, no final do ano. Atualmente, o São Paulo já superou a meta de arrecadação com vendas estipulada em seu orçamento anual, que era de R$ 155 milhões, tendo acumulado quase R$ 200 milhões.
Esse excedente nas vendas é fundamental para compensar os gastos do departamento de futebol que ultrapassaram o previsto, evidenciando a dependência do clube na negociação de seus talentos para manter a saúde financeira. Abaixo, um resumo do déficit atual:
Item | Valor (R$) |
---|---|
Excesso de gastos (salários/futebol) | R$ 43 milhões |
Premiações abaixo do esperado (Paulistão/Copa do Brasil) | R$ 24 milhões |
Déficit total até o momento | R$ 67 milhões |
Em suma, a venda de Lucas Ferreira , embora um alívio pontual e significativo, serve mais como um paliativo do que como uma solução definitiva para as complexas questões financeiras do São Paulo em 2024. Atingir o superávit prometido ao final do ano dependerá de uma combinação delicada entre o sucesso nas competições, especialmente na Libertadores, e a capacidade de realizar novas e estratégicas negociações no mercado de atletas.
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