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Wellington, Ex-São Paulo: A Ascensão no Mercado Imobiliário e o Desejo de Voltar aos Gramados
Por Redação 1Soberano em 10/07/2025 11:12
Wellington Martins, volante de 34 anos, reconhecido por sua passagem pelo São Paulo e por diversos outros clubes de renome no cenário nacional, como Internacional, Vasco, Athletico-PR, Fluminense, Avaí e Goiás, encontra-se atualmente em um ponto de inflexão em sua trajetória. Sem vínculo com nenhuma equipe profissional e aguardando futuras propostas, o atleta tem dedicado seu tempo a uma empreitada inovadora que se distancia dos gramados, marcando uma transição para o setor imobiliário.
A Transição do Campo para o Setor Imobiliário
Consciente da efemeridade da carreira de um jogador de futebol, Wellington tem se empenhado em construir um novo caminho para o período pós-aposentadoria. Essa visão de longo prazo o conduziu ao universo do desenvolvimento imobiliário, onde estabeleceu sua própria empresa, a WM5 Empreendimentos. Longe das disputas por bola, o ex-volante agora se dedica a concretizar aspirações de terceiros no mercado de imóveis.
O jogador esclarece a motivação por trás de sua incursão no ramo: "Não existem dois Wellingtons. O futebol acaba trazendo muitas oportunidades. Ele abre portas. O que aconteceu? Eu sou um investidor no mercado imobiliário. É palpável. Você vê o prédio subir, a casa sendo construída. E eu sempre gostei disso. É um investimento que é seguro. Eu sempre investi em imóveis, adquirindo imóveis aqui, lá. (...).". Ele prossegue, detalhando sua evolução: "E eu comecei a querer entender um pouco mais. Em vez de ser só um investidor, por que não promover esse sonho para investidores? Eu estudei, tirei o Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). Eu sou um desenvolvedor imobiliário. Acabo fazendo todo o desenvolvimento de sua obra, com minha equipe. Temos toda a estrutura para fazer o que o cliente quer. Eu consigo, junto com os objetivos do cliente, realizar sonhos".
Com o auxílio de uma equipe especializada, Wellington se dedica a entender as necessidades de cada cliente, seja para a aquisição de uma residência, um apartamento, um condomínio de alto padrão ou, surpreendentemente, até mesmo uma ilha. Ao comparar a complexidade de marcar ícones do futebol como Ronaldinho, Conca, Deco ou Thiago Neves com a facilidade de auxiliar pessoas a realizar seus projetos imobiliários, o ex-jogador não hesita em sua resposta. "Vender uma ilha é fácil (risos). Você leva o cliente e fala: está aí a ilha. Tem o apoio da marina X, tudo. É muito fácil você apresentar, porque o cliente que você lida é um cliente de alto escalão. Eu nem chamo de cliente, chamo de amigo, porque muitas vezes são amigos meus que vão e compram. Recentemente conversei com alguns jogadores que fazem esse tipo de investimento nos Estados Unidos", revela Wellington, que atualmente reside em um condomínio que também abriga figuras como Neymar, Thiago Silva, Gabriel Jesus e Virginia.
Ele ainda compartilha exemplos práticos: "Eu tenho amigos meus que compraram ilhas e falaram que queriam que eu desenvolvesse 37 casas nessa ilha. Teve outro cliente que já tinha uma ilha e tinha o projeto de ter um restaurante nessa ilha. Eu tenho equipe para fazer todo o tipo de estudo. Eu continuo sendo jogador de futebol. Já teve algumas conversas com jogadores."
As Cicatrizes de um Período Turbulento
Embora Wellington hoje consiga conciliar suas duas profissões com um planejamento mínimo, o passado reserva episódios desafiadores. Há uma década, em 2015, o volante enfrentou um dos momentos mais delicados de sua carreira: uma suspensão de seis meses imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O motivo foi o resultado positivo para as substâncias hidroclorotiazida e clorotiazida, diuréticos capazes de mascarar o uso de outras medicações, detectadas em três partidas disputadas em setembro daquele ano, quando defendia o Internacional.
Em abril de 2016, após ser liberado para retomar os treinamentos em um clube ? algo que lhe foi vedado durante a suspensão ?, Wellington sofreu uma grave lesão no joelho. A combinação desses dois reveses o afastou dos campos por um período de quase um ano, precisamente 364 dias. Embora a contusão esteja recuperada, a lembrança do doping ainda permanece como uma ferida aberta.
Wellington relembra caso de doping no Internacional
"Foi o momento mais difícil da minha carreira, porque já tinha passado por três lesões sérias. E eu sabia que numa lesão eu me cuido, me entrego e eu me recupero. Mas ser suspenso por doping... É algo que é novo. O que eu fiz? Quando estava no São Paulo , até pomada, creme, shampoo eram controlados. Eu chego ao Inter, numa instituição também muito grande, não é o Inter de hoje, a diretoria de hoje, a torcida não tem nada a ver com isso...", relata o jogador. Ele prossegue, detalhando a abordagem inicial: "Quem estava ali naquele momento me colocou numa sala com o Nilton (que também foi flagrado no doping), advogados que eu nunca tinha visto. Eles falaram que tínhamos tomado algo proibido. E eu falei que tinha de ser algo do clube. Eu discuti com o advogado, porque ele deu a entender que eu tinha tomado algo na minha casa. Eles já estavam de prontidão para dizer que estávamos proibidos de entrar no clube".
O volante alega ter sido, à época, virtualmente abandonado pelo Internacional. A forma como ele e Nilton foram tratados no início do caso de doping minou qualquer confiança que pudessem ter na instituição. Diante disso, decidiram buscar auxílio por conta própria, contratando novos advogados e elaborando suas defesas. "Tivemos a possibilidade de marcar uma reunião com o presidente e o diretor na época e não compareceram, não atendiam telefone. Fomos obrigados a ter nosso próprio advogado. (...) Eles sabiam que era algo contaminado dentro do clube. Eles tiraram até a água do clube. No outro dia, os jogadores chegaram e não tinha nem água. Sabiam que não era culpa nossa. Se você me perguntar se isso me atrapalhou? Com certeza. Eu não podia frequentar nenhum clube. Tinha de treinar na praça, no parque, para manter minha forma física. As pessoas acham que é uso de droga. E eu sou um atleta negro."
A Formação Tricolor e a Influência de um Ícone
Voltando no tempo, a trajetória de Wellington no futebol teve um início promissor, como tantos jovens sonham. Torcedor do São Paulo , o volante deu seus primeiros passos no esporte justamente no clube do Morumbis, sua paixão desde a infância. Ele atuou no Tricolor desde 2007, ainda nas categorias de base, até 2014, quando foi cedido por empréstimo ao Internacional. Ao longo de sua passagem, conquistou títulos importantes como o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana, vestindo as cores de seu time de coração. Durante esse período, teve a oportunidade de conviver e aprender com uma das maiores lendas do clube, Rogério Ceni. Assim como as adversidades deixam marcas, as boas memórias ao lado de um ídolo também se eternizam.
Wellington relembra aposta com Rogério Ceni e rotina com ídolo do São Paulo
"Eu convivi oito anos com o Rogério . É uma referência. Um ídolo. Um amigo. Eu estava crescendo ainda e ele já estava lá. A gente saía de Cotia e ia treinar com o profissional. Depois estar junto, convivendo. (...) Eu aprendi demais com ele. Por isso que hoje eu ainda tenho muita vontade de ajudar, de conquistar, porque, graças a Deus, tive pessoas campeãs ao meu lado e pude aprender com elas a nunca ficar satisfeito", recorda Wellington.
A intensidade da dedicação de Rogério Ceni chegava a impressionar o jovem volante. Após longas horas de treinamento no CT da Barra Funda, com repetições exaustivas de exercícios necessários para o jogo, o goleiro demonstrava relutância em encerrar suas atividades. Wellington, em ascensão no futebol, sentia-se constrangido em finalizar seus afazeres antes do ídolo.
"Eu muitas vezes era um dos últimos a ir embora, sempre gostava de trabalhar um pouco a mais. Eu gostava de trabalhar um pouco a mais. Ele gostava de trabalhar muito mais. Às vezes eu tinha o sentimento de 'será que estou fazendo pouco?'. Porque eu ia embora e ele estava colocando colete no ângulo, a barreira para treinar falta. E eu pensava: 'se o cara ainda está no campo, por que eu estou indo embora?'. Eu tinha esse sentimento. Eu não podia fazer menos", detalha o volante.
O Retorno Aos Gramados: Um Desejo Latente
Entre os desafios superados e as memórias valiosas que o acompanharão, Wellington atravessa um período delicado em sua carreira, marcado por eventos que fogem ao planejamento. No início do ano, ele enfrentou a perda da mãe, o que o levou a retornar a São Paulo para oferecer apoio ao pai, que vivia um luto após 48 anos de casamento.
Com o passar do tempo e o encerramento das janelas de transferência, Wellington se encontra atualmente sem clube. Nos últimos meses, o volante solicitou permissão para utilizar as instalações do CT da Barra Funda, com o objetivo de manter sua condição física e buscar novas oportunidades no segundo semestre do ano.
Sem clube, Wellington explica pausa na carreira para cuidar da família
"Minha mãe e meu pai tinham 48 anos de casados. Meu pai tem 73 anos. Eu estava morando no Rio e eles, em São Paulo . Eu tive que de fato não pensar em futebol, porque eu também não conseguia, para viver o luto com minha família, cuidar do meu pai. Eu vim para São Paulo para estar perto do meu pai e do meu irmão", esclarece o jogador.
A última partida oficial disputada por Wellington foi justamente contra o São Paulo , em agosto do ano passado, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Apesar do tempo afastado dos campos, o volante manifesta um forte desejo de retornar ao futebol profissional. "É um desejo do meu pai, do meu irmão, da minha esposa, dos meus filhos. Eu venho me preparando há mais ou menos uns 20 dias dentro do São Paulo , onde eu conheço todo mundo. Hoje algumas ligações já vêm acontecendo, de times procurando. Estou me preparando cada vez mais."
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