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São Paulo: Defesa Desfigurada, Ataque Anêmico - Números Preocupantes

Por Redação 1Soberano em 21/10/2025 04:20

O São Paulo Futebol Clube se encontra em uma encruzilhada alarmante. A equipe, que já lidava com uma persistente dificuldade em construir jogadas e converter oportunidades em gols, agora enfrenta uma nova e grave preocupação: a desarticulação de seu sistema defensivo. Após a eliminação na Conmebol Libertadores, o que se observa é uma deterioração que exige soluções imediatas do técnico Hernán Crespo, caso o objetivo de retornar ao torneio continental na próxima temporada ainda seja viável.

A fase negativa no Campeonato Brasileiro se aprofunda, e os números defensivos são um espelho dessa queda de rendimento. Desde o revés contra a LDU, o Tricolor disputou cinco partidas, nas quais sofreu nove gols. Isso representa uma média de 1,8 gol por confronto, um salto considerável em comparação com o período anterior, que se estendia desde o início da ?era Crespo? até o embate contra os equatorianos no Morumbis. Naquele intervalo, foram apenas 13 gols sofridos em 16 jogos, com uma média bem mais controlada de 0,81 gol por partida.

O Desmonte Defensivo e a Instabilidade Tática

A deterioração da performance defensiva do São Paulo não é um fenômeno isolado, mas sim um reflexo de um momento coletivo desfavorável, onde o aspecto anímico parece ter minado a confiança da equipe. Os adversários, por sua vez, têm encontrado maior facilidade para penetrar e vazar a retaguarda são-paulina. A instabilidade se reflete também nas formações: nas cinco partidas subsequentes à derrota para a LDU, o trio de zaga titular foi repetido em apenas uma ocasião, nos confrontos contra Palmeiras e Grêmio. As opções utilizadas nessas partidas demonstram a busca por uma formação ideal que ainda não foi encontrada:

Partida Trio Defensivo
São Paulo x Mirassol Ferraresi, Arboleda e Alan Franco
São Paulo x Grêmio Alan Franco, Arboleda e Sabino
São Paulo x Palmeiras Alan Franco, Arboleda e Sabino
São Paulo x Fortaleza Negrucci, Luiz Gustavo e Sabino
São Paulo x Ceará Tolói, Arboleda e Alan Franco

A questão transcende a simples escolha de peças. O São Paulo vivencia um declínio coletivo na fase defensiva, que se manifesta independentemente dos atletas em campo. A fragilidade se soma a um desempenho geral pífio, com um registro de oito derrotas e apenas duas vitórias nas últimas dez aparições do time.

A Persistente Anemia Ofensiva

A inoperância ofensiva, embora não seja uma novidade recente, intensificou-se drasticamente. A equipe sofre com desfalques de longa duração, como os de Calleri, André Silva e Ryan Francisco. A ausência de André Silva , em particular, provocou uma acentuada queda na produção de gols do Tricolor. Antes da lesão do centroavante, ocorrida no jogo contra o Atlético-MG, Crespo havia comandado a equipe em 13 oportunidades, resultando em 19 gols marcados, uma média de 1,46 por partida. Contudo, sem o camisa 17, o cenário mudou drasticamente: em dez jogos, o São Paulo balançou as redes apenas cinco vezes, uma média de 0,5 por confronto.

O treinador tentou diversas estratégias, experimentando diferentes duplas de ataque e promovendo alterações no meio-campo, mas a efetividade continua sendo um calcanhar de Aquiles. Mesmo em partidas onde a equipe conseguiu criar um volume razoável de oportunidades, a conversão em gols permaneceu um desafio intransponível.

Desempenho Individual e a Busca por Soluções no Ataque

Individualmente, alguns jogadores-chave do setor ofensivo não conseguem engrenar. Luciano, por exemplo, encerrou um jejum de 13 jogos sem marcar ao fazer um gol contra o Palmeiras, mas está distante de seu ápice. Lucas, ainda sem a plenitude física, não consegue construir uma sequência de boas atuações. Ferreirinha, por sua vez, tem perdido espaço, sem sequer completar 90 minutos em campo somados os cinco jogos após a eliminação na Conmebol Libertadores.

Outros nomes, como Dinenno e Rigoni, pelo que apresentaram até o momento com a camisa tricolor, não se firmaram como soluções para os problemas do ataque. Tapia foi a exceção, conquistando mais espaço no período e garantindo a titularidade nas últimas quatro partidas. Em meio a esse cenário de escassez, surge a expectativa em torno de Paulinho. O jovem atacante de 20 anos, autor de dois gols e eleito o melhor jogador na final da Copinha deste ano, foi relacionado pela quarta vez para o time principal no jogo contra o Mirassol. Ainda sem estrear, Paulinho representa uma potencial nova alternativa para Crespo na árdua tarefa de revitalizar o poder de fogo do Tricolor.

A situação é complexa e exige uma resposta urgente. Como bem pontuou Caio, "Não dá para analisar o Crespo sem cobrar a diretoria". As falhas defensivas e a inoperância ofensiva se somam a um momento delicado, onde a equipe precisa, com urgência, "virar a chave" e buscar um novo rumo para a temporada. A busca pela vaga na Libertadores do próximo ano passa, inevitavelmente, pela superação desses desafios em campo.

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