Abel Ferreira Revela Ponto de Virada: O Que Mudou Após o Dérbi com o São Paulo?

Após a derrota para o Grêmio por 3 a 2, em Porto Alegre, o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, retomou suas críticas à arbitragem. Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (25), o português enfatizou que o panorama da equipe alviverde sofreu uma alteração significativa depois do clássico contra o São Paulo, um embate que, apesar da vitória palmeirense, foi marcado por momentos controversos.

A percepção do treinador é que o confronto contra o rival tricolor serviu como um divisor de águas na campanha do Campeonato Brasileiro, influenciando diretamente as decisões e o desempenho subsequente do time. Suas palavras ecoam um sentimento de frustração que se estende por diversas rodadas da competição nacional.

O que eu posso dizer é que, falando sobre as minhas decisões, depois do jogo contra o São Paulo, muita coisa mudou.

A Virada de Chave: O Impacto do Dérbi no Campeonato

O comandante palmeirense, apesar de ter optado por preservar onze atletas na partida contra o Grêmio, assegurou que o elenco não havia abandonado a disputa pelo título do Campeonato Brasileiro. Contudo, a reiteração das falhas de arbitragem em momentos cruciais da temporada foi um ponto central em sua argumentação.

Ferreira detalhou episódios anteriores que, em sua visão, comprovam a persistência de decisões questionáveis, negando a ideia de que o Palmeiras simplesmente "desistiu" da competição.

Como disse, todos aqui no clube começamos a perceber a mudança depois do jogo contra o São Paulo. Agora as pessoas querem criar a narrativa que o Palmeiras desistiu. Não foi o Palmeiras que desistiu. O Palmeiras não desistiu no pênalti no Maracanã, não desistiu no pênalti contra o Santos, não desistiu no pênalti do Vitória em casa. O que acontecer no sábado, vai acontecer.

Com apenas duas rodadas restantes para o término da liga nacional, a diferença para o líder Flamengo é de cinco pontos. Para que o Palmeiras ainda almeje o troféu, a equipe precisa triunfar em seus próximos compromissos e torcer por tropeços do clube rubro-negro.

Entre o Brasileirão e a Glória Continental: Prioridades e Polêmicas

O foco do Palmeiras agora se volta para a final da Copa Libertadores, conforme ressaltado por Abel. A equipe entrará em campo neste sábado (29) para enfrentar o Flamengo, em uma decisão que ocorrerá às 18h (horário de Brasília), no Monumental de Lima. A distinção entre as competições foi sublinhada pelo técnico, que vê a Libertadores como um torneio com gestão e regras distintas.

A análise da partida contra o Grêmio também foi um ponto abordado por Abel. Ele expressou insatisfação com o resultado e com as oportunidades perdidas, além de criticar a arbitragem do confronto.

Acho que fizemos uma belíssima primeira parte. Muito bem no jogo. Criamos muito, mas no último terço as finalizações não levaram o acerto. Achei injusta a forma que fomos para o intervalo. Sofremos um gol de lateral. Não lembro de nada que o adversário criou, uma pena o resultado tão escasso. Na segunda parte, mesmo com a dureza de ter sofrido o gol, o jogo se equilibrou. Depois, o que eu posso fazer, a gente não pode cometer um pênalti daqueles. Não podemos falhar um gol embaixo da baliza. Esse tipo de erro custa caro. No final, nosso adversário criou mais nos nossos erros do que propriamente pelo que eles fizeram. Estava tentando entender porque o meu jogador foi expulso. As regras dizem que a equipe não deve ser penalizada duas vezes.

A Sombra da Punição: O Cenário da Arbitragem Brasileira

Abel Ferreira traçou um paralelo entre as competições nacionais e continentais, evidenciando as diferenças na gestão e nas implicações de cada uma. Para ele, o Campeonato Brasileiro e a Libertadores operam sob lógicas distintas, com a Conmebol ditando as regras do torneio sul-americano, enquanto o STJD e a CBF regem o cenário doméstico.

O treinador questionou a postura dos árbitros no Brasil, sugerindo que recentes punições a profissionais da arbitragem poderiam estar influenciando suas decisões em campo, criando um ambiente de cautela excessiva ou até mesmo receio. A convicção do árbitro em lances capitais foi posta em xeque, especialmente em comparação com decisões anteriores.

Uma coisa é o futebol brasileiro, tudo aquilo que se passa nesta competição. Outra coisa é a Libertadores. São campeonatos completamente diferentes, com gestões diferentes, é a Conmebol que decide tudo. Estamos na final por mérito, pela excelente Libertadores que fizemos. Uma coisa é o Brasileiro, outra coisa é a Libertadores, o STJD e a Conmebol. Mas muita coisa mudou, isso é bem visível. O árbitro teve convicção ao marcar os dois pênaltis. A primeira falta que há na entrada da área é um claro amarelo, estou conversando com o quarto árbitro e ele diz 'não entendo por que não dá amarelo'. Muita responsabilidade é nossa também, por erros que cometemos. Quando chegar agora, a final no sábado, não custaria nada. Alguns diretores de alguns clubes europeus me ligaram surpreendidos com jogos no meio de semana, com a final da Libertadores no fim de semana. Mas é isso, temos que nos preparar, a minha função não é fazer perguntas, todas legítimas. Se aquele pênalti tivesse sido marcado, o jogo tinha ficado 3 a 3, ou 4 a 3. Depois desse pênalti, muitas coisas mudaram. O árbitro ficou pendurado não sei quantos meses, será que outros árbitros ficaram com medo de apitar o pênalti que houve no Maracanã, se compararmos com o marcado no Arrascaeta no primeiro turno, há tanta diferença? Será que aquela bola que bateu no jogador do Vitória? Nem o árbitro foi ver. Será que os árbitros não ficaram com medo de que a CBF investigasse, e depois o STJD punisse, algo que nunca vi em cinco anos aqui no Brasil. Como disse, uma coisa são competições CBF, outra é Conmebol. Agora temos a final da Libertadores, um jogo que todos sonham em jogar. Nós conseguimos chegar a três finais, teremos a oportunidade de lutar por um título. Vamos fazer tudo que conseguirmos para vencer.