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Belmonte expõe divergência com Casares: Sem investimento, São Paulo não avança!

Por Redação 1Soberano em 01/12/2025 14:01

A saída de Carlos Belmonte da posição de diretor de futebol do São Paulo, oficializada na última sexta-feira (28/11), revelou uma profunda discordância interna em relação à política financeira do clube. Após quase cinco anos à frente do departamento, o ex-dirigente manifesta seu desacordo com a abordagem do presidente Julio Casares para mitigar a dívida tricolor, que atualmente se situa em R$ 912 milhões.

A tática de Casares tem se concentrado na redução de custos, o que, nesta temporada, se traduziu na contratação de nove jogadores sem a aquisição de seus direitos econômicos. Nomes como Oscar, Tapia, Cédric, Wendell, Enzo Díaz, Juan Dinenno, Rafael Tolói, Rigoni e Maílton chegaram ao Morumbi com custos operacionais minimizados, baseados em salários e oportunidades de mercado. Para Belmonte, essa metodologia carece de sustentabilidade para assegurar a competitividade em longo prazo.

Ele enfatiza a relação direta entre aporte financeiro e desempenho esportivo, questionando a eficácia da estratégia atual.

"Não existe resultado sem investimento. Por que Palmeiras e Flamengo fizeram a final da Libertadores e lideram o Brasileiro? Porque têm mais investimento, eles podem contratar mais atletas. Nós teremos o investimento que Palmeiras e Flamengo têm? É lógico que não, mas precisamos entender o que queremos como instituição"

, declarou o ex-diretor, traçando um paralelo com os clubes de maior sucesso no cenário nacional.

O Dilema Financeiro: Redução de Dívida vs. Competitividade no São Paulo

A administração Casares, por sua vez, reitera que o reajuste das finanças é uma prioridade inegociável. O ano de 2024 foi encerrado com um déficit expressivo de R$ 287,6 milhões, e o comitê gestor sustenta que a contenção de despesas é indispensável para restaurar o equilíbrio do fluxo de caixa.

Belmonte, contudo, questiona a velocidade e o custo dessa abordagem, argumentando que a simples contenção de gastos não resolverá o problema da dívida em um prazo razoável.

"O são-paulino quer a redução da dívida a todo custo ou pensa em um outro projeto de redução? Eu sei que esse pensamento nem é simpático, mas não acredito nesse processo de redução da dívida a qualquer custo. Sem investir no futebol, vamos reduzir R$ 30, 40, 50 milhões numa temporada, mas numa dívida de R$ 900 milhões? Quanto tempo vamos levar para atingir um patamar mais baixo?"

, ponderou o ex-dirigente.

Apesar de suas ressalvas, Belmonte minimiza a possibilidade de um rebaixamento imediato do São Paulo , embora reconheça que a escassez de investimentos eleva o risco geral do clube.

"Quanto menos investimento, mais risco. Mas acho que não vamos passar por isso. Estamos em oitavo no Brasileirão, terminamos em quinto na Libertadores, ficamos no meio da tabela. Não é um ano bom, mas não é um cenário de ameaça real. Se não investirmos, continuaremos sendo time de meio de tabela e, num ano um pouco pior, pode haver risco de rebaixamento"

, explicou, posicionando o clube em uma zona de "meio de tabela" com potencial de degradação em cenários adversos.

O Caminho à Frente: Perspectivas e Desafios para a Gestão do SPFC

Mesmo após sua saída da diretoria, Carlos Belmonte mantém sua posição como conselheiro e faz parte do grupo político que apoia a atual gestão de Casares. Ele afirma possuir suas próprias concepções para o departamento de futebol, mas opta por não divulgá-las publicamente neste momento.

"Não é oportuno eu passá-las agora. Não sou o presidente. Passo isso internamente sempre que posso e indico que esse é o caminho. Sem investir, não sairemos do quadro atual"

, concluiu Belmonte, reforçando sua convicção de que o progresso esportivo está intrinsecamente ligado ao aporte financeiro.

A trajetória de Belmonte à frente do futebol tricolor, entre 2021 e 2025, foi marcada por uma mescla de resultados, incluindo participações em finais, alternância de treinadores e ajustes estruturais. Sua saída ocorreu um dia após uma expressiva derrota por 6 a 0 para o Fluminense. Contudo, fontes internas indicam que o verdadeiro catalisador para seu desligamento foi a divergência estratégica sobre o projeto do clube, e não um resultado pontual em campo.

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