Bobadilla Renasce no São Paulo: O Efeito Crespo no Meio-Campo Tricolor

A chegada de Hernán Crespo ao comando técnico do São Paulo inaugurou um capítulo distinto na trajetória de Bobadilla. O volante paraguaio, que anteriormente experimentava uma participação mais restrita, tem agora desfrutado de oportunidades ampliadas, marcando presença em todas as três partidas sob a tutela do novo treinador. Notavelmente, em duas dessas ocasiões, ele iniciou como titular.

O Contraste Tático: De Zubeldía a Crespo

Em contrapartida, sob a gestão anterior de Luis Zubeldía, Bobadilla era predominantemente uma alternativa ocasional. O ex-comandante depositava sua confiança primordialmente em Pablo Maia e Alisson para a composição do meio-campo, raramente alterando essa estrutura consolidada. Das 21 vezes em que o atleta entrou em campo no ano de 2024 com Zubeldía, somente em seis ele permaneceu em campo durante os 90 minutos integrais. Na vasta maioria dos cenários, suas aparições ocorriam em confrontos que envolviam escalações consideradas mistas ou alternativas.

Exemplos ilustrativos dessa dinâmica foram os embates contra o Bahia, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, e o Talleres, pela Copa Libertadores. No primeiro, Bobadilla integrou o time inicial devido à suspensão de Alisson . No segundo, Zubeldía optou por uma formação variada. Cabe ressaltar que, neste último confronto, o paraguaio foi alvo de uma acusação de xenofobia proferida pelo jogador argentino Juan Portillo Navarro, um incidente que permanece sob investigação policial, qualificado como injúria racial.

Adicionalmente às limitadas chances como titular, Bobadilla também registrou participações de caráter meramente simbólico na era Zubeldía. Em um total de seis partidas, sua entrada ocorreu com menos de dez minutos para o término do jogo. Em quatro dessas ocasiões, ele foi acionado apenas nos acréscimos finais. Tal padrão foi observado em duelos contra Corinthians (Campeonato Paulista), Talleres (Libertadores), Grêmio (Campeonato Brasileiro) e Náutico (Copa do Brasil).

Uso de Bobadilla sob Luis Zubeldía (2024)

Foto: (Rubens Chiri/saopaulofc)

A Nova Dinâmica no Meio-Campo Tricolor

Com a chegada de Crespo, entretanto, o panorama para Bobadilla se transformou radicalmente. O jogador paraguaio engatou uma sequência de atuações, demonstrando consistência em campo e angariando a confiança necessária para ser mantido entre os titulares. De fato, a projeção é que Bobadilla permaneça na equipe que enfrentará o Juventude nesta quinta-feira (24), às 19h, em Caxias do Sul, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. Se essa expectativa se concretizar, será a primeira vez no ano que o volante iniciará como titular em três jogos consecutivos.

A recente lesão de Oscar, ademais, tende a ampliar ainda mais o espaço para Bobadilla no plantel. A expectativa é que Alisson seja deslocado para uma função mais avançada, preenchendo a lacuna deixada pelo camisa 8. Assim, o arranjo tático do time tricolor pode ser redesenhado, com o volante paraguaio posicionado de forma mais recuada, atuando à frente da linha defensiva, ao lado de Marcos Antônio.

As Virtudes de Bobadilla e o Plano de Crespo

Apesar de uma atribuição predominantemente defensiva, Bobadilla possui liberdade para se aproximar do setor ofensivo. Seu potente arremate de média e longa distância figura entre suas principais qualidades, e Hernán Crespo já sinalizou claramente sua intenção de explorar essa característica distintiva do atleta. Dessa forma, a progressão e o desempenho do paraguaio podem se converter em um ativo de grande valor para o São Paulo ao longo do restante da temporada.