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Casares sob Pressão: Oposição do São Paulo Busca Afastamento em Meio a Escândalo
Por Redação 1Soberano em 21/12/2025 07:41
O cenário político no São Paulo Futebol Clube ganha contornos dramáticos, com a oposição do Conselho Deliberativo intensificando seus esforços para iniciar o processo de destituição do atual presidente, Julio Casares. Há uma expectativa palpável de que as 50 assinaturas necessárias para formalizar o pedido sejam coletadas já nesta segunda-feira, marcando um ponto de virada na gestão do clube.
A previsão dos opositores é que, com o documento devidamente assinado por pelo menos cinco dezenas de conselheiros, uma reunião extraordinária possa ser convocada nos primeiros dias da semana. Este encontro terá como pauta principal a formalização e o protocolo da solicitação para o afastamento do mandatário.
Contudo, fontes ligadas ao grupo de oposição, em contato com o UOL, reconhecem a complexidade do caminho a ser percorrido. Apesar do recente "turbilhão" político que abalou a administração, a base de apoio a Casares no Conselho ainda se mostra robusta, uma percepção compartilhada inclusive por membros da situação. Este equilíbrio de forças indica que, embora a iniciativa ganhe tração, a batalha será árdua e exigirá uma articulação política de alta voltagem.
O Complexo Roteiro para a Destituição Presidencial
Caso a petição de afastamento prossiga, ela desencadeará um processo multifacetado, com etapas bem definidas e rigorosos requisitos de aprovação. A primeira instância de deliberação seria uma votação no próprio Conselho Deliberativo. Para que Casares seja imediatamente afastado de suas funções, o pedido precisaria ser aprovado por uma maioria qualificada de dois terços dos conselheiros aptos a votar, o que corresponde a 171 dos 255 membros atualmente habilitados.
Após a eventual aprovação no Conselho, o processo não se encerraria. O pedido de destituição seria então encaminhado para uma Assembleia Geral, que contaria com a participação de todos os sócios adimplentes do clube. Nesta última etapa, a decisão final dependeria da aprovação por maioria simples dos presentes, configurando a instância derradeira para o desfecho da questão.
A seguir, um detalhamento das etapas do processo de destituição:
| Etapa | Requisito | Consequência |
|---|---|---|
| Convocação de Reunião Extraordinária | 50 assinaturas de conselheiros | Protocolo do pedido de saída do presidente |
| Votação no Conselho Deliberativo | Aprovação por 2/3 (171 de 255 conselheiros) | Afastamento imediato de Julio Casares |
| Votação na Assembleia Geral | Aprovação por maioria simples dos sócios adimplentes | Destituição final do presidente |
O Escândalo dos Camarotes: Detalhes e Desdobramentos Legais
A efervescência da oposição foi catalisada pela divulgação de um áudio, veiculado pelo ge, que expôs uma conversa entre Douglas Schwartzmann, diretor adjunto da base, e Mara Casares, ex-esposa do presidente e então diretora feminina, cultural e de eventos do clube. O diálogo girava em torno da comercialização de ingressos de um camarote para o show da cantora Shakira, realizado em fevereiro. Ambos os envolvidos foram subsequentemente afastados de suas funções, e Mara solicitou licença do cargo de conselheira.
No referido áudio, Schwartzmann admite que a transação teria ocorrido de forma clandestina. Ele ainda menciona que Márcio Carlomagno, superintendente geral do clube no CT da Barra Funda, internamente reconhecido como o "braço direito" de Julio Casares e figura proeminente da situação para a eleição presidencial de 2026, possuía ciência dos fatos. O teor da gravação revela uma preocupação latente com possíveis sanções e desgastes políticos internos.
O camarote em questão, o 3A, localiza-se no setor leste do estádio e é registrado nos sistemas internos como "sala da presidência". Mara Casares teria recebido de Carlomagno a autorização para uso do espaço, repassando-o para exploração comercial durante o evento. A responsabilidade pela venda dos ingressos recaiu sobre Rita de Cássia Adriana Prado, que, segundo informações, teria arrecadado aproximadamente R$ 132 mil, com entradas comercializadas por valores que atingiram até R$ 2.100.
O caso escalou para a esfera judicial após Rita de Cássia acionar uma empresa parceira, alegando apropriação indevida de ingressos sem o devido pagamento. Com o registro de Boletim de Ocorrência e a abertura de um processo legal, Douglas Schwartzmann e Mara Casares teriam passado a exercer pressão sobre ela para que retirasse a ação. Em contato com o UOL, Schwartzmann negou veementemente todas as acusações, afirmando que sua intervenção foi pontual e visava apenas evitar que um conflito entre particulares prejudicasse a imagem institucional do São Paulo . Ele optou por um afastamento temporário para assegurar a tranquilidade das apurações.
Detalhes financeiros e operacionais do camarote:
| Item | Detalhe |
|---|---|
| Camarote Envolvido | 3A, localizado no setor leste (registrado como "sala da presidência") |
| Responsável pela Venda | Rita de Cássia Adriana Prado |
| Arrecadação Estimada | Cerca de R$ 132.000 |
| Valor Individual do Ingresso | Até R$ 2.100 |
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