Choque-Rei: CBF Admite Falhas Cruciais Após Queixas do São Paulo

O recente clássico Choque-Rei, que culminou na vitória do Palmeiras por 3 a 2 sobre o São Paulo, deixou um rastro de controvérsia e indignação. A atuação da equipe de arbitragem foi severamente questionada, levando o São Paulo Futebol Clube a emitir uma nota oficial contundente, manifestando sua profunda insatisfação com os acontecimentos em campo.

A diretoria tricolor não hesitou em apontar falhas que, segundo sua análise, tiveram influência direta no desfecho da partida. A veemência das reclamações sublinha a gravidade dos erros percebidos, que comprometeram a integridade esportiva do confronto.

A seguir, a íntegra da manifestação oficial do clube:

"O São Paulo Futebol Clube manifesta profunda indignação com a arbitragem de Ramon Abatti Abel e com a atuação do árbitro de vídeo, Ilbert Estevam da Silva, na partida deste domingo (05), contra o Palmeiras, no MorumBIS, pelo Campeonato Brasileiro. Os erros cometidos em lances capitais tiveram influência direta no resultado do jogo e representam um grave prejuízo esportivo ao São Paulo FC. O mais escandaloso equívoco foi a não marcação de um pênalti claro em Gonzalo Tapia, quando o time são-paulino já vencia o jogo por 2 a 0. Mesmo diante da evidência do lance, o árbitro de campo ignorou a infração, e o VAR, que deveria corrigir o erro, optou por se omitir, causando perplexidade a todos que acompanharam a partida. Pouco tempo depois, o São Paulo também foi prejudicado por outra falta clara em Gonzalo Tapia em jogada que originou um gol do adversário ? novamente sem qualquer intervenção da equipe de arbitragem. Outros lances também passaram impunes: Gustavo Gómez atingiu Gonzalo Tapia com uma cotovelada e um pisão, em jogadas distintas, além do carrinho desproporcional de Raphael Veiga em Enzo, por trás, e da solada com o pé alto de Andreas Pereira em Marcos Antonio ? passíveis de cartão vermelho, mas também ignorados pelo árbitro e pelo VAR. O São Paulo Futebol Clube exige que a Comissão de Arbitragem da CBF adote medidas imediatas diante de mais uma atuação desastrosa da equipe de arbitragem, que compromete a credibilidade da competição e o trabalho realizado por jogadores, comissão técnica e diretoria".

A Contundente Posição do São Paulo Frente aos Erros Arbitrais

A nota oficial do São Paulo detalha uma série de falhas que, na visão do clube, foram determinantes para o resultado. O ponto central da contestação reside na não marcação de um pênalti claro sobre Gonzalo Tapia, ocorrido quando o Tricolor detinha uma vantagem de dois gols. A omissão do VAR, que deveria intervir em situações de erro evidente, é um dos aspectos mais criticados pela diretoria são-paulina.

Além do pênalti não assinalado, as reclamações do São Paulo se estendem a outros momentos cruciais da partida. A equipe apontou a não marcação de uma falta em Tapia no lance que precedeu o primeiro gol do Palmeiras, uma infração que, se corretamente assinalada, poderia ter alterado a dinâmica do gol adversário.

A lista de agravos inclui também a conduta de jogadores adversários que, segundo o São Paulo , deveriam ter sido punidos com maior rigor. A não expulsão de Andreas Pereira, após um pisão na canela do chileno, e a ausência de cartão vermelho para Gustavo Gómez, por uma cotovelada que resultou em Tapia com o rosto ensanguentado, são exemplos das decisões que geraram profunda insatisfação.

Lances Capitais Ignorados: O Prejuízo Tricolor em Campo

A ausência de intervenção do VAR em qualquer um desses momentos questionáveis apenas intensificou a perplexidade e a indignação do São Paulo . A tecnologia, implementada para auxiliar na correção de erros graves, permaneceu inerte em lances que, para o clube, eram de clareza inquestionável.

É importante ressaltar que o Palmeiras também manifestou suas queixas em relação à arbitragem, embora de natureza diferente. O clube alviverde questionou a expulsão de Bobadilla, que já possuía um cartão amarelo, e uma falta em Vitor Roque que teria antecedido o segundo gol do São Paulo . Tais reclamações, no entanto, não diminuem a gravidade das acusações feitas pelo Tricolor.

Diálogo Direto: Casares e a CBF Após a Polêmica do Clássico

No rescaldo da partida, o presidente do São Paulo , Julio Casares, agiu prontamente para levar as queixas do clube aos mais altos escalões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Casares estabeleceu contato com o presidente da CBF, Samir Xaud, e com o presidente da comissão de arbitragem, Rodrigo Cintra, logo após o término do confronto.

As conversas, que duraram aproximadamente vinte minutos, ocorreram em um contexto incomum, com Xaud em viagem a Seul, onde a seleção brasileira se preparava para um amistoso. O diálogo direto com as autoridades da arbitragem demonstrou a seriedade com que o São Paulo encarou os supostos equívocos.

Foi durante a conversa com Rodrigo Cintra que o São Paulo obteve a confirmação de suas reclamações. A CBF, por meio de seu representante, admitiu os erros cometidos pela arbitragem no Choque-Rei, validando, em parte, a indignação e as críticas levantadas pelo clube paulista.

Os Bastidores da Arbitragem: Reconhecimento de Falhas e Promessas de Melhora

A comissão de arbitragem da CBF, apesar de admitir falhas pontuais, mantém um discurso de incessante trabalho para o aprimoramento da qualidade dos juízes brasileiros. Nos bastidores, contudo, há um reconhecimento de que dias "mais complicados" são inevitáveis, dada a complexidade e a intensidade dos jogos de futebol.

Este reconhecimento, ainda que importante, não isenta a necessidade de medidas mais concretas e efetivas. A exigência do São Paulo por ações imediatas reflete a preocupação com a credibilidade da competição e o impacto direto desses erros no trabalho de atletas, comissão técnica e diretoria, reiterando a urgência de uma arbitragem mais consistente e justa.