Crespo Luta Contra Maré: São Paulo Perde Quarta Seguida e Preocupa Torcida

O Estádio do Morumbis presenciou mais um capítulo desafiador para o São Paulo Futebol Clube, que amargou uma derrota por 1 a 0 para o Ceará na 25ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025. A noite foi marcada não apenas pelo resultado adverso, mas também pelo menor público registrado no estádio desde 2019, um sinal claro da insatisfação que permeia o ambiente tricolor. Pela quarta vez consecutiva, o técnico Hernán Crespo se viu na incômoda posição de ter que justificar um revés em coletiva de imprensa, reiterando que a equipe atravessa um período onde os resultados positivos parecem fugir, e a única saída reside em um esforço ainda maior.

O Cenário Adverso no Morumbis e a Reincidência de Derrotas

A sequência de resultados negativos tem cobrado seu preço, e a derrota para o Ceará apenas intensificou a pressão sobre o elenco e a comissão técnica. Após o apito final, Crespo não hesitou em expressar a complexidade do momento vivido pelo clube, admitindo as dificuldades em campo.

?É o momento que não dá certo, cada jogo tem sua história. Hoje a gente estava incomodado já com o empate, se você falar se jogou bem, não, pode jogar melhor. É um momento crítico em relação a emoções e sentimentos após a eliminação, nunca é fácil. Chutamos, criamos com dificuldades, mas a derrota foi merecida. Chutamos duas vezes na trave, eles encontraram o gol com um rebote, tentamos de todos os lados, mudamos a forma de jogar, a escalação, vamos sair assim, antes tudo dava certo, mas agora temos que nos dedicar ainda mais?

As palavras do treinador argentino refletem a frustração de uma equipe que, apesar de tentar, não consegue reverter a maré de azar. A partida contra o Ceará exemplificou essa dificuldade, com o São Paulo buscando o ataque, mas esbarrando na falta de pontaria e, por vezes, na sorte adversária. A busca por soluções é constante, com Crespo afirmando que a dedicação precisa ser redobrada.

Crespo e a Busca por Respostas em Meio à Turbulência

Questionado sobre a necessidade de uma mudança tática drástica, o comandante argentino defendeu a abordagem de sua equipe, apesar da série de resultados insatisfatórios. Ele ressaltou a identidade de jogo construída e a capacidade dos atletas, enfatizando que os momentos de sucesso e insucesso são cíclicos.

?Temos uma forma de jogar, com bola no chão, ultrapassagens, mas há momentos que não conseguimos concretizar o que produzimos. Hoje não criamos muito, não tivemos chances tão claras (...) Em outro momentos que ganhamos, o time não estava cheio de fenômenos e agora não são todos maus. É um momento triste, ninguém gosta de perder, mas é trabalhar, acreditar no que sabemos fazer?

A análise do técnico aponta para uma questão de efetividade, mais do que de metodologia. A incapacidade de transformar as oportunidades criadas em gols tem sido um gargalo. A equipe, que já teve momentos de brilho, agora padece com a falta de concretização ofensiva, como ele mesmo pontua.

?Tentamos construir, produzir, esperando que nos próximos jogos não chute na trave ou não encontremos um goleiro que pega tudo. Precisamos criar mais e converter em gols?

Abaixo, um breve resumo da última partida e a sequência recente do Tricolor:

A Falta da "Fórmula Mágica" e a Dicostomia entre Desempenho e Resultado

Crespo é taxativo ao afirmar que não existe uma "fórmula mágica" para reverter o cenário atual. Cada partida apresenta seus próprios desafios e nuances, exigindo adaptações constantes. O treinador fez um paralelo com momentos anteriores, quando o time avançava em competições mesmo sem apresentar o melhor futebol, e agora, mesmo com performances que ele considera não tão ruins, as derrotas se sucedem.

?Fórmula mágica não tem, cada jogo é uma história nova, depende do rival, depende do que acontece, dependendo o Dinenno pode jogar, se não tentamos outro jeito. Agora não está dando certo e todas as escolhas a serem feitas estão ligadas ao resultado. Eu falei já lá atrás, que passamos contra o Atlético Nacional e não jogamos bem, então do mesmo jeito falo que temos quatro derrotas, mas não merecemos perder os quatro jogos, no mínimo um empate, até hoje, poderia ser um 0 a 0, mas um empate Podemos falar do resultado e podemos falar dos argumentos, que é mais interessante e deveria ser assim, focar nos argumento, a consequência é o resultado. Tentamos de um jeito, tentamos de outro, mas ninguém pode encontar uma fórmula mágica para ganhar?

A distinção entre "argumentos" e "resultados" é crucial para o técnico, que prefere analisar o processo e as tentativas da equipe em vez de focar exclusivamente no placar final. No entanto, no futebol de alta performance, os resultados são, inevitavelmente, a métrica primordial.

Pressões Externas: Política e Protestos Afetam o Ambiente do Clube

Além dos desafios em campo, o São Paulo também lida com um ambiente político agitado e manifestações da torcida. Crespo, no entanto, opta por se blindar dessas questões, focando no que está sob seu controle: o trabalho com os atletas e a busca por resultados dentro das quatro linhas.

?Eu não vou entrar na parte politica, pois é uma situação particular que eu tento fazer o meu melhor com os atletas. Acho que a situação é particular e seguramente não ajuda, mas é assim, temos que focar no que podemos controlar, que é fazer bons jogos, controlar jogos, acreditar em classificações para copas internacionais e de resto a gente escuta e tenta ficar fora da situação?

A quebra da união entre elenco , comissão, diretoria e torcida é um ponto sensível, conforme o próprio técnico observa. Ele reconhece a importância da sinergia, mas deixa para a torcida a interpretação dos motivos dos protestos. Se a questão for política, ele se declara impotente; se for futebol, ele se sente responsável por buscar soluções. A percepção é que, embora o time não jogue mal, a bola simplesmente não entra, e essa falta de sorte ou eficiência afeta diretamente a relação com os torcedores.

?O mundo ideal é que elenco , comissão, diretoria e torcida estejam juntos, mas é um momento de quebra. O porque eu deixo para a torcida. Se é uma questão política não posso fazer nada, se for de futebol podemos falar e tenho que encontrar soluções, mas parte do futebol, mas ao mesmo tempo como tivemos uma sequência positiva, tivemos agora uma negativa, depende do jeito que acontece. O time não está jogando bem, mas não está mal e a bola não está entrando?

Com o zagueiro Rafael Tolói deixando o campo com dores na coxa, a situação se agrava com a próxima partida já se aproximando. O São Paulo terá um novo desafio na próxima quinta-feira, quando visitará o Fortaleza na Arena Castelão. A expectativa é de que a equipe encontre forças para reverter a atual sequência e buscar um resultado que traga algum alívio e a confiança necessária para o restante da temporada.