Crespo Revela Fator Crucial em Vitória do São Paulo e Freia Expectativas Futuras

Após um período turbulento, com três reveses consecutivos, o São Paulo conseguiu um respiro fundamental no Campeonato Brasileiro, superando o Bahia por 2 a 0 no Morumbis. O comandante técnico Hernán Crespo, peça central nesta reconstrução, não hesitou em apontar o fator crucial que, em sua visão, distinguiu a performance de sua equipe. Mesmo com um vínculo contratual que se estende até o final de 2026, o treinador adota uma postura pragmática, evitando projeções precipitadas para as próximas temporadas, mantendo o foco no presente e nos desafios imediatos.

O Fator Determinante para o Triunfo Tricolor

Questionado sobre o elemento que impulsionou o desempenho do São Paulo à vitória, Crespo foi categórico, enfatizando uma característica que, segundo ele, pautou a atuação do time do início ao fim. ?Foi a concentração do minuto 0 até o fim. Fico feliz, é um grupo que merece alegria. É uma temporada complicada diante das coisas que foram acontecendo. Este grupo sempre deu a cara. Não falo de resultado, porque sabemos que pode acontecer um pouco de tudo, mas ninguém deve duvidar deste grupo enquanto sacrifício profissional?, declarou o técnico. Essa resiliência e foco ininterrupto parecem ter sido a tônica que permitiu ao elenco tricolor encerrar a sequência negativa e voltar a somar pontos importantes na competição nacional.

Apesar da recente melhora, o horizonte ainda é complexo. O próprio Crespo reconhece a dureza do ano em curso, pontuando as diversas adversidades enfrentadas. A temporada de 2025, conforme suas palavras, tem sido "muito difícil em vários aspectos, não só pelas lesões". Nesse cenário, o aprendizado com os "erros" se torna uma bússola essencial. O técnico argentino sublinha a importância de não reincidir em falhas pretéritas, mas também recorda as "coisas muito boas" que o time foi capaz de realizar. O objetivo imediato, portanto, é consolidar a recuperação e perseguir metas ambiciosas, como a classificação para a fase preliminar da Libertadores, um caminho que exige consistência e uma evolução progressiva: "A primeira coisa é começar a caminhar outra vez para depois correr e, talvez, voar."

Crespo Freia Debates Sobre o Elenco de 2026

A discussão sobre a composição do elenco para o futuro, especialmente nomes como Lucas, Oscar e Luciano em 2026, encontra um Crespo relutante em mergulhar em especulações. O treinador argumenta com sensatez que é prematuro debater o que ocorrerá em um ano distante, considerando a intensidade e os desafios do período atual. ?Estamos falando de coisas que vão acontecer em 2026. Ainda estamos em 2025, e é muito difícil atravessar por 2025. Quando finalizarmos, podemos começar a falar. Quem é o pilar, quem não é...?, disse, reforçando a necessidade de focar no presente antes de projetar o futuro do plantel.

Outro ponto abordado foi a questão de atuar fora do Morumbis, um tema recorrente na agenda do clube. Crespo, no entanto, mantém uma postura de distanciamento em relação a essa pauta. Para ele, a decisão já estava estabelecida antes de sua chegada, e sua opinião pessoal tem pouca relevância diante de um fato consumado. ?Neste ponto, não sei se é importante o que eu possa pensar. Quando eu cheguei, já sabia disso. Não é que acordaram hoje e estabeleceram isso. Foi há muito tempo. É uma questão que não posso falar. É uma decisão que já foi feita?, afirmou, indicando que se trata de uma estratégia institucional que precede sua gestão.

As Escolhas Táticas: Meritocracia e Rendimento

A gestão do elenco e as escolhas táticas de Crespo frequentemente geram debates, como a situação de Luciano , que recentemente retornou ao time. O técnico esclareceu que suas decisões estão dissociadas de qualquer viés pessoal. ?Tirar um jogador do time não é uma questão pessoal. Todas as pessoas são boas. Aqui, as regras são claras: só 11 vão jogar. Muitas vezes, os jogadores saem por características, não porque fizeram algo errado. Longe de mim colocar situações pessoais dentro do São Paulo ?, pontuou, reiterando que a meritocracia e as características dos atletas são os guias para a escalação.

A fase de Ferreirinha, que tem sido questionada por alguns, também foi contextualizada por Crespo dentro da dinâmica de uma temporada exaustiva. Em um calendário com mais de 60 partidas, o treinador defende que é inviável esperar um desempenho de alto nível constante de qualquer jogador. Sua função, nesse cenário, é identificar quem está em melhores condições no momento. ?Vamos jogar em mais de 60 jogos em uma temporada. É muito difícil você ter uma sequência sempre em alto nível. Meu trabalho é ver que, neste momento, quem pode dar o máximo. Em um momento foi Luciano , em outro Tapia, em outro Ferreirinha... é assim com todos. A escolha é pelo que vejo durante os jogos e treinos?, concluiu, sublinhando a natureza fluida e baseada no rendimento das suas escolhas.