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Impeachment de Julio Casares no São Paulo: Detalhes do Pedido
Por Redação 1Soberano em 24/12/2025 06:10
O cenário político nos bastidores do MorumBIS atingiu um novo patamar de tensão nesta terça-feira. Um grupo articulado de conselheiros oficializou o requerimento para uma sessão extraordinária, visando instaurar o processo de destituição do atual presidente, Julio Casares. O documento reúne o apoio de 57 assinaturas, evidenciando uma união entre 40 nomes da oposição e 13 integrantes que, até então, compunham a base de sustentação da diretoria.
Diferente do mandatário principal, a figura do vice-presidente Harry Massis Júnior não é alvo da petição. Com 80 anos de idade e uma trajetória de 61 anos como associado do clube, Massis permanece blindado pelo movimento. Caso o processo resulte na saída definitiva de Casares, caberia ao veterano dirigente, que ocupa o posto desde o início do ciclo em 2021, assumir o comando da instituição de forma imediata.
Fundamentos e Justificativas da Acusação
A sustentação jurídica e política do pedido baseia-se na tese de 'administração temerária'. Os autores da peça apontam uma série de irregularidades que teriam comprometido a saúde institucional e financeira do São Paulo nos últimos anos. Entre os pontos mais sensíveis, destaca-se o desequilíbrio orçamentário acentuado, com o passivo do clube ultrapassando a barreira dos R$ 968,2 milhões ao término do exercício de 2024.
Além do endividamento, a gestão é questionada por decisões estratégicas no departamento de futebol e na operação do estádio. A tabela abaixo detalha os pilares que fundamentam o pedido de impeachment:
| Eixo da Acusação | Descrição dos Fatos Citados |
|---|---|
| Desequilíbrio Financeiro | Descumprimento sistemático do orçamento e dívida superior a R$ 968,2 milhões. |
| Negociações de Atletas | Suposta alienação de jogadores por valores abaixo do mercado em janelas recentes. |
| Operação de Ingressos | Denúncias de comercialização ilícita de entradas envolvendo dois diretores. |
O Rito Processual no Conselho Deliberativo
Embora o protocolo das assinaturas seja um passo simbólico forte, o êxito da medida depende de uma complexa engrenagem política. Atualmente, o Conselho Deliberativo ainda mantém uma inclinação favorável à gestão Casares, o que representa o maior obstáculo para os opositores. O fluxo do processo agora depende da convocação de Olten Ayres, presidente do órgão, que deve colocar a pauta em votação.
Existe um mecanismo de segurança para evitar que o pedido seja ignorado. Se Ayres não se manifestar em um período de 30 dias, a responsabilidade de convocação é transferida para João Farias Júnior, vice-presidente do Conselho, que terá 15 dias para agir. Na ausência de iniciativa de ambos, a tarefa recai sobre o conselheiro com maior tempo de casa na instituição.
Para que o afastamento preliminar ocorra, é necessário o apoio de dois terços dos 255 conselheiros, o que equivale a 171 votos favoráveis ao acolhimento da denúncia. Se esse quórum for atingido, Julio Casares é imediatamente retirado de suas funções, e Harry Massis assume o cargo provisoriamente enquanto o processo segue para a instância final.
A Decisão Final dos Sócios na Assembleia Geral
A última etapa deste embate político acontece fora das salas do Conselho. Caso o pedido seja aprovado pelos conselheiros, o estatuto prevê a realização de uma Assembleia Geral. Neste momento, o poder de decisão é transferido para o corpo associativo do clube, envolvendo todos os sócios que estejam em dia com suas obrigações financeiras.
Nesta fase, o critério de aprovação é simplificado: basta a maioria simples dos votos dos presentes para que a destituição seja ratificada ou rejeitada. O veredito da Assembleia Geral é soberano e encerra o rito administrativo, definindo o futuro da presidência tricolor de forma definitiva.
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