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Luciano Anárquico: O Motor Tático do São Paulo sob Crespo
Por Redação 1Soberano em 27/07/2025 06:10
A fase atual de Luciano no São Paulo, desde a chegada do técnico Hernán Crespo, tem sido notável. O atacante, que não esteve em campo na partida contra o Flamengo devido a uma suspensão, demonstrou envolvimento direto em todos os gols da equipe nas demais confrontos sob a direção do novo comandante.
O camisa 10 foi o responsável por todos os tentos do time do Morumbi nas vitórias contra o Juventude, por 1 a 0, e o Corinthians, em um clássico vencido por 2 a 0. No empate em 2 a 2 com o Red Bull Bragantino, Luciano se destacou ao fornecer as duas assistências para os gols marcados por André Silva.
Luciano: A Essência Anárquica no Ataque Tricolor
A retomada de Luciano a um esquema com dois atacantes, implementado por Crespo, concede-lhe uma mobilidade ampliada. Essa liberdade permite que ele transite por ambos os lados do campo, buscando a bola e interagindo com seus companheiros. Não por acaso, o treinador argentino o descreveu como um atleta de natureza "anárquica".
? Não adianta você colocar ele num setor do campo, que ele não vai esperar a bola chegar ali, ele vai até a bola. Então ele fazia muito esse movimento, muitas vezes, por dificuldade da bola chegar ao ataque. Eu só lembro do Luciano fazer isso em virtude do trabalho de um treinador com o Fernando Diniz, tanto no Fluminense quanto no São Paulo ? pontuou Rodrigo Coutinho, comentarista do sportv.
Essa capacidade de movimentação desprendida, aliada à sua notável habilidade de finalização, transforma o camisa 10 são-paulino em uma ameaça constante quando está próximo da meta adversária.
O Posicionamento Ideal e o Impacto Coletivo
? Quando ele está mais distante da área como meia, como um dez, eu acho que ele não é tão produtivo como quando está atuando como segundo atacante e às vezes até como uma referência lá na frente. Ele é um dos melhores finalizadores que o São Paulo tem no elenco ? enfatiza Caio Ribeiro, comentarista da TV Globo e do sportv.
A ascensão de desempenho de Luciano não se dá isoladamente, mas está intrinsecamente ligada ao aprimoramento coletivo da equipe. No contexto tático atual, com um meio-campo mais robusto e preenchido, os jogadores se revezam para se aproximar do setor ofensivo, potencializando o estilo de jogo do atacante.
Marcelo Raed, também comentarista do sportv, detalha a estrutura:
? Dá para dizer que a construção tática do time do Crespo, em números, é mais para um 3-4-2-1. A amplitude fica com os alas, ao invés de pontas. Mas a chave tá na dupla de meias-atacantes, pela faixa central, atrás do atacante de referência. Esses dois meias-atacantes podem se mover para a zona da bola, apoiando dinâmicas de passe e criando superioridades em pequenos setores.
A Sinergia Tática e o Futuro do Ataque Tricolor
Antes de sua lesão, Oscar era quem mais se aproximava dos atacantes, formando a dupla de apoio a André Silva ao lado de Luciano . Atualmente, Marcos Antônio e Alisson têm se alternado nessas funções durante as partidas.
Rodrigo Coutinho reitera que a transformação não é meramente posicional:
? A diferença pra mim não é exatamente a posição dele em campo, é o que o restante do time faz. A gente via o São Paulo desde o ano passado tinha muita dificuldade pra conseguir andar com a bola em campo, superar a marcação adversária quando ela era alta, quando enfrentava um meio-campo mais combativo, o time tinha dificuldade pra fazer a bola chegar no ataque. E como Luciano é um jogador que precisa estar perto da bola. Mas o comportamento pra mim que mudou é como um todo, nem individual não.
O São Paulo encontra-se em meio a três competições ? Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Conmebol Libertadores ?, o que inevitavelmente exigirá que Crespo promova um rodízio no elenco em algum momento da temporada. Além disso, o retorno de figuras importantes como Lucas e Oscar permitirá ao treinador explorar novas formações e encaixes táticos.
Luciano como Referência e a Dinâmica Ofensiva
Apesar de sua versatilidade, a tendência é que Crespo não o utilize como centroavante de referência, a fim de não sacrificar a presença de um "9" mais fixo. Isso porque, mesmo atuando em uma posição mais avançada, Luciano não se prende à área adversária.
Caio Ribeiro avalia as possibilidades futuras:
? Gosto dele até como referência lá na frente. Aí é claro que muda um pouquinho o posicionamento, porque uma coisa é você ter um 9 e ele (Luciano) receber essa bola com liberdade, tendo a referência para tabelar, para trabalhar entre os zagueiros e ele ocupar os espaços. E você ser essa referência, muitas vezes jogar encaixotado e até de costas. Mas quando você tem Lucas, Ferreirinha, Oscar, e essa bola vai chegar com muita qualidade, é claro que o Luciano vai ter muita ocasião de gol. E se o time criar para ele, ele vai guardar, porque ele é um artilheiro.
Rodrigo Coutinho complementa a análise sobre o parceiro ideal para Luciano :
? O melhor para ele é jogar com um jogador de referência, não que o André Silva seja exatamente um jogador de referência, mas o André é mais 9 do que ele. O Dinenno é um 9 bem típico, assim como o Calleri. Esse tipo de encaixe é o melhor pra ele. Um jogador de velocidade tem a mesma tendência do Luciano, de buscar o setor da bola, de buscar o lado de campo porque se sente mais confortável pra receber em profundidade, faz diagonal do meio pra ponta, ou abre pra fazer jogada individual. Ou seja, receber de frente para o adversário. E aí, se os dois atacantes estão fora da área, como o Luciano não é um cara pra ficar preso na área, o São Paulo perde volume, perde capacidade de ter mais gente ali pra finalizar as jogadas.
É inegável que, para além de todos os detalhes táticos, Luciano é um jogador de grande personalidade. Principalmente diante das ausências de Lucas, Oscar e Calleri, ele tem assumido com maestria o papel de protagonista e líder técnico da equipe são-paulina.
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