São Paulo acelera reformulação do elenco e lida com pressão política para 2026

O ambiente no Morumbis está longe da tranquilidade esperada para um fim de ano. Enquanto a cúpula do São Paulo tenta viabilizar uma profunda renovação técnica para a temporada de 2026, o cenário político ferve com contestações severas à atual gestão. O objetivo imediato é entregar ao técnico Hernán Crespo um grupo de jogadores mais enxuto e qualificado, tentando blindar o gramado dos ruídos que vêm das alamedas sociais do clube.

Para abrir espaço na folha salarial e permitir novos investimentos, o Tricolor já selou a saída de diversos atletas que não fazem parte dos planos para o próximo ciclo. A lista de dispensas é extensa e atinge diversos setores da equipe, demonstrando uma clara intenção de oxigenar o vestiário antes da reapresentação oficial, marcada para o dia 2 de janeiro.

Apesar do foco nas saídas, o departamento de futebol também se movimenta para reforçar o plantel. O volante Danielzinho já é oficialmente jogador do clube, e o goleiro Carlos Coronel possui um acerto encaminhado para ser o novo guardião da meta são-paulina a partir de janeiro. O planejamento é acelerado, visto que a estreia no Campeonato Paulista ocorre logo no dia 11, em duelo contra o Mirassol.

Reforços confirmados e a blindagem do departamento de futebol

O executivo de futebol Rui Costa tem sido a figura central na condução dessas negociações. Ele busca atuar como um para-raios, evitando que a instabilidade institucional contamine o trabalho de Crespo. A diretoria estabeleceu como prioridade "isolar" o departamento de futebol, garantindo que a montagem do time siga critérios técnicos e financeiros, sem interferências externas.

Entretanto, o mercado tem apresentado obstáculos. As tratativas que envolviam uma possível troca tripla de jogadores com o Botafogo esfriaram e não devem avançar. Esse revés obriga a prospecção de novas alternativas em mercados alternativos, tanto no Brasil quanto no exterior, respeitando o orçamento rigoroso estabelecido para o próximo ano.

A urgência é real. Com menos de dez dias entre a reapresentação e o primeiro compromisso oficial, a comissão técnica de Hernán Crespo precisará de agilidade para integrar os novos nomes e ajustar a dinâmica coletiva. O sucesso esportivo em 2026 é visto como o único remédio capaz de amenizar o clima hostil que se instaurou fora das quatro linhas.

Foto: (Rubens Chiri/São Paulo FC))

Pressão política e articulações por impeachment no Morumbis

Se no campo o trabalho é de reconstrução, na política o clima é de confronto. O presidente Julio Casares atravessa seu momento de maior fragilidade desde que assumiu o cargo. Episódios recentes fora de campo deterioraram sua base de apoio, fazendo com que antigos aliados se juntassem à oposição em cobranças públicas por transparência e punições severas.

O movimento contra a atual presidência ganhou corpo com o protocolo de requerimentos no Conselho Deliberativo. Opositores articulam a coleta de 50 assinaturas para convocar uma reunião extraordinária, cujo objetivo principal é discutir a destituição de Casares. A decisão agora repousa sobre Olten Ayres, presidente do Conselho, que deve determinar a data para que o processo de impeachment seja apreciado pelos conselheiros.

A insatisfação também ecoa entre os associados. Recentemente, a sede social foi palco de protestos com faixas críticas ao polêmico episódio do camarote e às declarações de membros da diretoria. O desgaste institucional é evidente, e o São Paulo inicia 2026 em uma corrida contra o tempo para pacificar seus bastidores e entregar resultados que justifiquem a confiança do torcedor.