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São Paulo: Casares ausente em derrota histórica revela gestão desconectada
Por Redação 1Soberano em 28/11/2025 18:51
Naquela fatídica noite de quinta-feira, no Maracanã, o São Paulo vivenciou um de seus episódios mais sombrios, uma verdadeira humilhação para sua leal torcida. Com um elenco desfalcado por impressionantes quinze jogadores, o técnico Hernan Crespo foi deixado à própria sorte, sem sequer opções suficientes para preencher o banco de reservas contra o Fluminense.
Em um momento que clamava por um gesto de apoio e liderança por parte da cúpula, o presidente tricolor, Júlio Casares, notório por sua faceta ?marqueteira?, optou por não comparecer ao estádio. Essa ausência, carregada de omissão e soberba, pareceu antecipar o vexame que se desenrolaria, um dos mais dolorosos na rica história do único clube brasileiro tricampeão mundial.
O impiedoso placar de 6 a 0, imposto pelo Fluminense de Luis Zubeldia ? o mesmo técnico dispensado pelo próprio São Paulo no início do campeonato ? mal refletiu a disparidade em campo. A superioridade carioca foi tamanha que o adversário do Morumbi simplesmente não conseguiu jogar, perdido e desorganizado. Para aqueles que acompanham o clube há gerações, a sensação de humilhação nunca foi tão aguda. O domínio foi tão absoluto que, ao final, o "Olé" da torcida adversária soou como um atestado de um verdadeiro baile, onde o goleiro tricolor parecia ser o único em campo.
A Raiz do Declínio: Gestão e a Mania de Grandeza
Há tempos, a verdadeira questão que assola o São Paulo não reside na figura do treinador. O cerne do problema reside em uma diretoria que, imersa em uma "mania de grandeza", vive exclusivamente das glórias de um passado distante. Essa cúpula se mostra incapaz de edificar um elenco competitivo, apto a disputar títulos de forma consistente.
A derrocada pode ser traçada até a controversa contratação de Daniel Alves, um atleta já em fase final de carreira. Este movimento simbolizou uma estratégia equivocada, onde o clube se desfaz de jovens talentos de Cotia ? um verdadeiro celeiro de craques ? por valores irrisórios, para em seguida investir pesadamente em estrangeiros de desempenho mediano e antigos ídolos, como Lucas e Oscar, que, frequentemente, figuram mais no departamento médico do que nos gramados. Casares, conhecido por sua política de "comprar caro e vender barato", não apenas comprometeu o presente do São Paulo , mas também hipotecou seu futuro ao negociar a preço de banana o time sub-20, campeão da última Copinha.
Promessas Vazias e a Fuga da Torcida
A chegada de Daniel Alves foi acompanhada pela promessa da diretoria de atrair grandes patrocínios para custear seus altos salários. Contudo, essas promessas jamais se concretizaram, deixando o clube com uma dívida colossal com o jogador, que persiste até hoje. Enquanto isso, o presidente Casares, mais preocupado em frequentar colunas sociais e promover eventos grandiosos para divulgar planos mirabolantes que nunca saem do papel, se consolidou como um marqueteiro de si mesmo, colocando sua imagem acima dos interesses do clube.
Essa postura, distante e focada em aparências, colocou Casares no centro das críticas da vasta torcida tricolor. Uma base de fãs que, por muito tempo, manteve-se fiel, mas agora demonstra claro esgotamento. O sentimento de desilusão é tão profundo que o blog SPFC.net ecoa o clamor popular: "Julio Casares, renuncie por favor", sintetizando a exaustão da massa são-paulina.
Mandos de Campo e a Alienação do Torcedor
Em um período crucial do Brasileirão, quando o São Paulo ainda almejava uma vaga na Libertadores, a diretoria, sob a batuta de Casares, tomou a polêmica decisão de alugar o Morumbi para shows. Consequentemente, os mandos de campo foram transferidos para a Vila Belmiro. Essa medida, justificada pela necessidade de cobrir dívidas astronômicas, também serviu como uma forma de escapar dos crescentes protestos da torcida, que se intensificavam a cada partida.
A estratégia, contudo, revelou-se um tiro no pé. No último jogo disputado na Vila, o público mal ultrapassou os seis mil pagantes, um contraste brutal com a média de quarenta mil espectadores que lotavam o Morumbi. Uma decisão que, para muitos, beira o inacreditável. Não se sabe se Casares estava presente na Vila, mas seu nome certamente foi lembrado, e não pelos motivos mais honrosos.
O Departamento Médico Crônico e os Interesses Internos
Agora, no momento de reerguer o clube, uma das primeiras ações lógicas seria uma revisão profunda do Departamento Médico, um setor onde jogadores passam meses em recuperação, enquanto em outros clubes, a reabilitação ocorre em dias ou semanas. Contudo, no Morumbi, a complexidade é maior, pois cada cartola parece defender seus feudos e interesses particulares, e Casares, por sua vez, aparenta estar focado unicamente na eterna reeleição de seu grupo, que tem afundado o clube.
Nesse cenário de fragmentação e interesses pessoais, como cogitar eleições diretas abertas aos sócios-torcedores? Essa seria, talvez, a única via para restabelecer a conexão entre a torcida e a direção do clube. Longe vão os dias em que o São Paulo era rotulado como o "clube da elite". Quem preenchia as arquibancadas era o povo, em especial os jovens, atraídos por equipes vencedoras que encantavam com um futebol bem jogado, pautado no amor e respeito à camisa.
Atualmente, a elite se restringe à cúpula esclerosada e aos detentores de cadeiras cativas, que permanecem alheios à vergonha sentida nas arquibancadas e nas caravanas de torcedores que, apesar de tudo, ainda acompanham o time. A pergunta que paira no ar é: até quando essa situação perdurará?
A vida, para o São Paulo , segue seu curso, mas as cicatrizes desta gestão e daquela noite no Maracanã dificilmente serão esquecidas.
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