São Paulo: Casares Detalha Reestruturação Após Derrota Histórica e Admite Falhas

A atmosfera no Super CT, na tarde de sexta-feira (28), estava impregnada pela repercussão do que o próprio presidente caracterizou como ?um momento desastroso? para o São Paulo. Em menos de um dia após a acachapante derrota do Tricolor Paulista para o Fluminense, o mandatário convocou a imprensa para elucidar escolhas, reconhecer equívocos e reafirmar o rumo estratégico que a instituição almeja trilhar até 2026.

Desde o princípio de sua explanação, Casares admitiu que o revés recente serviu como catalisador para alterações já previstas. Ele declarou: ?As mudanças foram necessárias. Estávamos prevendo mudanças após o final do Brasileirão?. De acordo com sua análise, o impacto do placar apenas precipitou a execução de processos que já estavam em pauta.

O presidente, ao abordar os equívocos, optou por não individualizar responsabilidades, mas assumiu diretamente as falhas no planejamento estratégico. ?O erro do presidente foi delegar, como sempre deleguei. E sentir que o planejamento teve falha. 2024 foi um ano difícil?, declarou. Ele também fez menção a como as lesões de reforços impactaram negativamente o desempenho e como a densidade do calendário complicou a busca por reposições.

A Repercussão da Goleada e as Admissões Presidenciais

Em uma avaliação franca da temporada, Casares foi categórico: ?Claro que foi um ano ruim. Acentuado pelo resultado desastroso de ontem. Estou aqui hoje fazendo mea culpa?. A contundência da afirmação reforça a gravidade da situação e a necessidade iminente de reformulações profundas para reverter o cenário.

Uma das revelações mais significativas concerne à reconfiguração do organograma após os desligamentos de Carlos Belmonte Sobrinho, Nelson Marques Ferreira e Fernando Bracalle Ambrogi. O São Paulo , no próximo ciclo, operará sem a figura de um diretor de futebol. A gestão do departamento será confiada à dupla formada por Rui Costa, na função de executivo, e Muricy Ramalho, como coordenador. O presidente fez questão de salientar que a abordagem adotada será integralmente profissional, e que as atribuições do CEO, Marcio Carlomagno, não se sobreporão às responsabilidades do comando esportivo.

Para esclarecer os papéis, Casares afirmou: ?O CEO, o Mario, é o chefe de todos. Ele está aqui exatamente para apoiar o processo de profissionalização... Quando o CEO ajudar, ele não assume posição de diretor de futebol, ele assume posição de CEO; em qualquer empresa o CEO é o chefe de todos?. Essa distinção sublinha a intenção de uma gestão mais corporativa e menos dependente de figuras únicas no futebol.

Novo Modelo de Gestão: Profissionalização e a Reconfiguração do Futebol

A chegada de Carlomagno foi defendida pelo presidente, que a justificou: ?A vinda do Marcio é pela familiaridade dele com os processos de estrutura orçamentária. Eu encaro como uma ajuda?. Ele ainda refutou a interpretação de que tal movimento poderia gerar isolamento interno: ?Em nenhum momento tivemos problemas?.

A pauta da entrevista também incluiu o pronunciamento de Luiz Gustavo após o revés. O presidente desvalorizou qualquer indício de atrito, interpretando o desabafo do atleta como uma reação compreensível. ?Eu vejo com normalidade até a frustração do Luiz, que também é a nossa frustração. É uma questão coletiva. Nessa questão de erros coletivos está o presidente, a comissão de futebol e os atletas?, ressaltou Casares, buscando diluir a culpa em uma responsabilidade compartilhada.

A reorganização interna, conforme adiantado, será intensificada após o encerramento do Campeonato Brasileiro. A meta primordial, segundo o dirigente, é capitalizar sobre os investimentos já realizados na infraestrutura do CT e, a partir de agora, progredir ?na assertividade dos profissionais?, um indicativo de que a busca por resultados passará por uma seleção mais rigorosa e um desempenho mais eficaz de toda a equipe envolvida.