Vasco Imponente: Análise Tática da Vitória sobre o São Paulo no Morumbis | Brasileirão

A noite no Morumbis revelou um cenário de profunda inquietação para o São Paulo, que, em seu próprio reduto, foi superado de forma contundente por um Vasco estrategicamente afiado. O resultado de 3 a 1 não apenas reposiciona as equipes na tabela do Campeonato Brasileiro, mas também intensifica a discussão sobre o futuro do técnico Luis Zubeldía no comando tricolor.

Em uma exibição de notável superioridade, o Vasco da Gama deixou para trás um São Paulo visivelmente desorganizado e atordoado. A vitória, construída sob os preceitos do que se convencionou chamar de "Dinizismo", não só permitiu ao time carioca ultrapassar o adversário na classificação antes da pausa para o Mundial de Clubes, como também lançou uma sombra sobre a permanência do comandante argentino.

A Imponente Exibição Tática no Morumbis

Os gols de Rayan, Nuno Moreira e Vegetti foram a materialização da proposta de Fernando Diniz. Seus comandados executaram com rigor os princípios de posse de bola e pressão incessante, encurralando o rival e colhendo os frutos de uma estratégia bem definida. Apesar do gol de honra marcado por Ryan Francisco nos acréscimos, a superioridade vascaína foi inquestionável.

O placar final deixou o Vasco com 13 pontos, ocupando a 13ª posição na tabela do torneio nacional. Enquanto isso, o São Paulo estacionou nos 12 pontos, encerrando a rodada na 14ª colocação, um revés que amplifica a preocupação de sua torcida e diretoria.

Apesar de um início de jogo que ensaiou uma blitz paulista, com o São Paulo buscando impor seu ritmo e por pouco não abrindo o placar com Luciano e Lucas Ferreira, o domínio foi efêmero. O "Dinizismo" rapidamente imperou no Morumbis: sedento pela bola, o Vasco abriu o placar em uma jogada meticulosamente construída e ampliou, já nos minutos finais da primeira etapa, ao pressionar a saída de bola adversária. A irritação dos atletas mandantes era visível, resultando em um abuso de faltas.

O Desafio e a Resposta Cruzmaltina

Depois dos sustos iniciais, os cariocas demonstraram maturidade e colocaram a bola no chão. No melhor estilo de Fernando Diniz, passaram a trabalhar a posse e ditar o ritmo da partida. O resultado dessa transição foi o gol de Rayan aos 25 minutos. O atacante recebeu um passe ainda do campo de defesa, driblou da direita para a esquerda e finalizou com precisão, coroando uma bela jogada coletiva: 1 a 0.

Com a vantagem, o Vasco continuou a controlar o embate e ampliou o placar de uma maneira diferente, mas com o mesmo objetivo de ter a bola. Em uma saída de bola desastrosa da defesa tricolor, Rayan desarmou Enzo Díaz, invadiu a área e viu Rafael espalmar. O rebote sobrou limpo para Nuno Moreira, que encheu o pé e selou o 2 a 0.

A Fragilidade Tricolor e o Aumento da Vantagem

Na etapa final, os erros paulistas se repetiram, intensificando a fúria da torcida, que já havia vaiado o time no intervalo. O desfecho foi mais um gol do Vasco, desta vez de Vegetti, em uma nova saída de bola atrapalhada dos donos da casa. Ainda houve tempo para Philippe Coutinho desfilar em um Morumbis de pouca inspiração são-paulina antes que Ryan Francisco , no último lance, conseguisse descontar.

Diante da inoperância da equipe paulista frente a um adversário confiante, o primeiro tempo terminou com um gosto amargo nas arquibancadas do estádio são-paulino. Irritados com a postura dos atletas, os torcedores não hesitaram em manifestar sua insatisfação com vaias assim que Rafael Klein sinalizou o intervalo.

No vestiário, Zubeldía confirmou a insatisfação da torcida ao promover três substituições. Entre elas, a entrada do estreante Dinenno no lugar de Lucca, além de Wendell e Bobadilla, que substituíram Enzo Díaz e Pablo Maia, respectivamente.

Contudo, as alterações surtiram pouquíssimo efeito prático. O Vasco continuou a neutralizar qualquer iniciativa dos donos da casa antes de chegar ao terceiro gol. Em mais uma saída tumultuada do São Paulo , desta vez envolvendo Rafael , Paulo Henrique antecipou a jogada, recuperou a bola e cruzou na medida para Vegetti, que não desperdiçou: 3 a 0.

O Mestre em Campo e as Implicações Pós-Jogo

Atordoado, o Tricolor não conseguiu reagir diante de um visitante regido pelo maestro Philippe Coutinho. O meia, que já era um dos destaques do confronto, passou a controlar o ritmo de jogo e foi a principal inspiração para os gritos de "olé" entoados pela torcida dos cariocas.

O São Paulo ainda conseguiu um gol de consolação já nos acréscimos, com Ryan Francisco , que havia substituído André Silva. O jovem se desvencilhou da marcação de Pumita Rodríguez, calibrou a pontaria e superou Léo Jardim, selando o placar em 3 a 1.

Paulistas e cariocas só retornarão aos gramados em julho, com datas ainda a serem definidas pela CBF. O São Paulo terá pela frente o líder Flamengo no Rio de Janeiro, enquanto o Vasco disputará um clássico contra o Botafogo.

Ficha Técnica da Partida