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Vitória do São Paulo: Diniz Debate 'Domínio' Cruzmaltino e Falta de Inspiração Após Jogo

Por Redação 1Soberano em 02/11/2025 23:51

O São Paulo Futebol Clube garantiu uma importante vitória neste domingo, ao superar o Vasco por 2 a 0 em São Januário. O triunfo tricolor marcou a interrupção de uma sequência positiva do time da casa, que vinha embalado por quatro vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro. Após o confronto, o técnico Fernando Diniz, do Vasco, concedeu entrevista e ofereceu sua perspectiva sobre o desempenho de sua equipe, que, em determinado momento, chegou a ter cinco atacantes em campo na tentativa de reverter o placar.

São Paulo Impõe Derrota e Quebra Sequência Cruzmaltina

Apesar da derrota, Diniz fez uma avaliação que, para muitos, pode soar surpreendente. Ele argumentou que, embora o Vasco tenha se exposto, o resultado final não refletiu a totalidade do que foi visto em campo. O treinador destacou um primeiro tempo de grande controle, superior até mesmo a exibições contra Cruzeiro e Bahia, mas lamentou a ineficácia ofensiva que impediu a concretização das oportunidades criadas.

O Vasco ficou um pouco vulnerável, mas não deu tudo errado no jogo. A gente não jogou mal, principalmente no primeiro tempo. A gente foi extremamente dominante, mais até do que no jogo contra o Cruzeiro ou contra o Bahia. Faltou fazer o gol. Favoreceu nossa falta de concentração de ceder o escanteio e, depois, cometemos um pênalti. Se não o primeiro tempo ia ser 0 a 0. A gente voltou para o segundo tempo bem dominante, mas não conseguimos o gol. Faltou inspiração, estávamos marcando bem e jogando bem.

O cenário da partida começou a ser definido nos acréscimos da primeira etapa, quando Lucas, em cobrança de pênalti, abriu o placar para o São Paulo . No segundo tempo, em busca do empate, o Vasco adotou uma postura mais ofensiva, com a inclusão de diversos jogadores de frente. Contudo, essa estratégia acabou por abrir espaços, e o São Paulo soube aproveitar, ampliando a vantagem aos 41 minutos com um gol de cabeça de Luiz Gustavo.

Táticas e Substituições: O Risco Calculado de Diniz

Questionado sobre as alterações táticas, especialmente as que resultaram na perda de organização defensiva, Fernando Diniz defendeu suas escolhas com veemência, aludindo a críticas passadas sobre sua demora em mexer na equipe. O treinador explicou que as substituições, como as entradas de Matheus França e Vegetti, visavam justamente trazer mais "inspiração" e capacidade de finalização, embora reconheça que isso custou a solidez defensiva.

Ué? Vocês estão fazendo esse tipo de pergunta? Questionaram a vida inteira que demoro para mexer. A gente tinha equilíbrio, faltava ter mais alguém para chegar. O Matheus (França) era essa pessoa, porque sabe jogar nas pontas e de 8. Hoje ele não entrou bem, mas foi bem em todos os jogos. A gente não estava jogando mal contra o Vitória, ele entrou em uma função parecida e a gente produziu mais. Às vezes acontece de entrar mal. Aquele setor ali conduz o time para chegar mais vezes. O Matheus França é um grande jogador, está chegando na melhor forma agora. A intenção era fazer o time ter mais um jogador para chegar, porque estávamos criando chances, mas não estávamos fazendo. Era ter um pouco mais, o Vegetti é um jogador finalizador, um cara acostumado a fazer gol. E o Matheus que é um meia-atacante, mas que sabe jogar de 8. Ele entrou comigo de 8 e tem entrado bem. O time foi cansando um pouco. A gente foi perdendo organização defensiva, a ficar mais distante para pressionar e ficando com menos chance de fazer o gol de empate e mais vulnerável para tomar o segundo.

Com o revés, o Vasco foi ultrapassado pelo São Paulo na tabela, caindo para a nona posição, com 42 pontos. O próximo desafio da equipe de Diniz será contra o Botafogo, na quarta-feira, no Nilton Santos, em confronto válido pela próxima rodada do campeonato.

Reflexões Pós-Jogo: Lições e Preocupações com Bola Parada

Em uma análise mais profunda, Diniz compartilhou a principal lição extraída do confronto: a necessidade de encarar de frente a nova realidade da equipe e manter o foco no objetivo de avançar na classificação e buscar uma vaga na Libertadores. Ele expressou a dificuldade em aceitar um placar de 1 a 0 para o São Paulo no intervalo, dado o domínio que ele percebeu de sua equipe no primeiro tempo.

Acho que a lição principal é a seguinte: a gente foi construindo, era difícil sair da situação incômoda em que estávamos. Apontamos o nariz para cima para subir. A gente precisa agora assumir que é esse momento, encarar para frente, que temos nosso objetivo de avançar na tabela de classificação e chegar na Libertadores. Num jogo como hoje não é muito comum termos o domínio que tivemos no 1º tempo e terminar com 1 a 0. Não são coisas fáceis de responder, porque quem assiste ao jogo fala: "não tem sentido ficar 1 a 0 para o São Paulo com o que aconteceu no 1º tempo".

O treinador também reiterou sua preocupação com as bolas paradas, citando um escanteio cedido de forma "fácil" que resultou no primeiro gol do São Paulo . Para Diniz, esse lance foi determinante para o desenrolar da partida, afetando a organização defensiva e o ímpeto da equipe ao longo do segundo tempo.

Em um arremesso lateral fácil de ser marcado a gente cedeu um escanteio. A minha preocupação maior para o jogo de hoje era a bola parada. E a gente num lateral fácil de marcar cedeu um escanteio e marcamos muito mal. Esse gol deu uma determinada no que aconteceu para a frente. A gente não conseguiu, criamos no 2º tempo, voltamos bem e não acho que na virada, assim que o Matheus entrou, a gente caiu, acho que não foi isso. Vou ver o jogo depois, mas eu senti que o time começou a perder o ímpeto que a gente estava nos 20, 25 minutos do 2º tempo. Aí perdeu a organização, não estava tão bem. Porque uma coisa estava muito ligada à outra. Estávamos com um encaixe muito bom da marcação na linha alta, a gente não estava precisando voltar para marcar atrás em bloco baixo e fomos perdendo isso e perdemos outras coisas como consequência.

Desempenho Individual e a Presença de Ancelotti

Sobre a saída de Barros por lesão, Diniz confirmou um entorse no primeiro tempo, mas explicou que a substituição também teve um componente tático, visando mais serenidade com Tchê Tchê na posição de volante. O treinador abordou ainda a presença de Carlo Ancelotti em São Januário, minimizando o impacto imediato em possíveis convocações para Paulo Henrique e Rayan, mas ressaltando o potencial de ambos.

Diniz elogiou a atuação de Coutinho, que saiu por cansaço, e lamentou a falta de "inspiração" para que a bola entrasse, comparando a partida com jogos anteriores onde a equipe criou menos, mas foi mais efetiva. Ele citou a bola na trave de Rayan como um exemplo de chance mais clara que, infelizmente, não se converteu em gol.

Acho que não é por causa do jogo de hoje que o Paulo Henrique e o Rayan vão ser convocados ou não. Acho que o Rayan tem que ser convocado por tudo que vem construindo. O Paulo Henrique menos ainda, ele já mostrou lá que tem condição de ser convocado. O Coutinho eu acho que fez um bom jogo tecnicamente. Foi muito lúcido. Saiu porque estava cansado. Conseguiu fazer as funções que tinha que fazer. Hoje faltou para a gente inspiração. Se você pegar o jogo contra o Cruzeiro, nós criamos muito menos do que hoje. O gol do Rayan por exemplo foi improvável de cruzamento de pé esquerdo do Paulo Henrique. Hoje não entrou nenhuma bola, teimou em não entrar. Às vezes acontece. Como aconteceu hoje. Acho que ninguém sentiu nada disso. O Paulo Henrique muito menos que já esteve lá. Já foi convocado, entrou bem contra a Coreia, depois foi titular contra o Japão e fez gol. O Rayan ficou 15 dias sem jogar, importante que voltou em condições plenas. Faltou um pouco de inspiração. A bola de cabeça que foi na trave do Rayan hoje foi muito mais fácil do que o gol que ele fez contra o Cruzeiro ou contra o Flamengo, por exemplo. E não entrou a bola, infelizmente.

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