São Paulo 0x1 Ceará: Ataque Paralisado e Derrota Preocupante no Brasileirão

Mais uma vez, o torcedor são-paulino testemunhou uma performance que deixou a desejar, culminando em uma derrota por 1 a 0 para o Ceará. O resultado, que já é amargo, é ainda mais preocupante ao se observar a persistente inoperância do setor ofensivo do Tricolor. A equipe demonstrou dificuldades notáveis em criar jogadas de real perigo, e quando as oportunidades surgiram, a finalização pecou pela falta de precisão e nervosismo.

A partida, válida pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, expôs fragilidades que o time de Hernán Crespo parecia ter superado, mas que ressurgiram em um momento crucial. A ausência de um plano de ataque coeso e a incapacidade de penetrar na defesa adversária foram os temas centrais de um revés que acende o alerta no Morumbi.

As Escolhas Táticas de Crespo Sob Escrutínio

O técnico Hernán Crespo, com uma nota GE de 3.0, foi um dos pontos mais baixos na avaliação da equipe. A sua decisão de abandonar o estilo de jogo habitual do São Paulo não surtiu o efeito desejado, e a equipe se viu sem soluções para os problemas de criação. As mudanças táticas, que deveriam injetar novo fôlego e inventividade, acabaram por desorganizar o conjunto, especialmente na segunda etapa, onde a produção ofensiva caiu drasticamente.

A formação inicial e as substituições ao longo do jogo não conseguiram destravar o ataque tricolor. A tentativa de adaptar jogadores a novas funções ou de buscar alternativas para a construção de jogadas foi ineficaz, deixando a impressão de um time sem identidade e sem a capacidade de impor seu ritmo contra um adversário bem postado.

Defesa Tricolor: Entre a Segurança e a Falha Pontual

No gol, Rafael (Nota GE 5.5) demonstrou atenção desde o apito inicial, oferecendo segurança em momentos de desatenção da defesa. Embora tenha sido facilmente driblado no lance que gerou o gol, pouco se poderia fazer para evitar o desfecho. A linha defensiva, que começou com três zagueiros, teve momentos de solidez, mas também de inconsistência.

Rafael Tolói (Nota GE 6.0) iniciou a partida com a segurança habitual e até se projetou ao ataque, mas precisou ser substituído ainda no primeiro tempo, aos 30 minutos, devido a dores na coxa esquerda, uma perda significativa. Sabino (Nota GE 5.0) manteve uma atuação regular, adaptando-se às mudanças de esquema, tanto na linha de três quanto na de quatro defensores. Arboleda (Nota GE 5.0), após um começo instável, recuperou-se e foi importante nas bolas aéreas. Contudo, no lance do gol do Ceará, seu deslocamento para a direita e a falta de pressão no portador da bola abriram espaço para o passe que gerou o desvio de Alisson e o gol adversário.

Alan Franco (Nota GE 6.0) se mostrou à vontade pela esquerda, contribuindo para a construção de jogadas e avançando com a bola. Sua movimentação para a direita após a lesão de Tolói e sua saída no intervalo, por uma alteração tática, ilustram a instabilidade defensiva do time que se viu obrigado a se reorganizar constantemente.

Meio-Campo e Alas: Esforço Sem Conexão Eficaz

No meio-campo, Lucas Moura (Nota GE 6.0) pareceu confortável com o joelho direito, realizando boas arrancadas e deixando marcadores para trás. Apesar disso, ainda está distante de sua plena capacidade como líder técnico da equipe, não conseguindo ser o diferencial esperado. Cédric Soares (Nota GE 6.0), recuperado de uma virose, foi efetivo no ataque com bons cruzamentos e intensa pressão na saída de bola do Ceará. Ele protagonizou uma ótima jogada que resultou em um cabeceio para fora de Luciano e, mesmo cansando na segunda etapa, mostrou dedicação.

Alisson (Nota GE 5.0) tentou desempenhar a função de Marcos Antônio, buscando a bola na zaga para iniciar as jogadas e apoiar os meias e alas, mas sem o sucesso esperado. Bobadilla (Nota GE 5.5) participou ativamente das ações com bola no primeiro tempo, atuando pelo corredor central como apoio e passe de segurança. No entanto, sua produção diminuiu consideravelmente quando a equipe se desorganizou na etapa final. Rodriguinho (Nota GE 5.0) teve poucas ações para quebrar as linhas defensivas adversárias, arriscando alguns chutes de média distância, um deles quase abrindo o placar com um desvio.

Nas laterais, Maílton (Nota GE 5.5) trouxe um novo fôlego ao lado direito do Tricolor e foi importante nas bolas paradas, mas sem impacto decisivo no placar. Enzo Díaz (Nota GE 5.5), mesmo sem brilhar tecnicamente no ataque, compensou com força de vontade e garra, evitando que ataques adversários se tornassem mais perigosos.

Ataque Inoperante: O Ponto Fraco da Noite

O setor de ataque foi o mais criticado, e com razão. Luciano (Nota GE 3.5), o de pior avaliação entre os jogadores de linha, teve poucas chances de finalizar e, quando as teve, titubeou. Foi alvo de bolas aéreas, mas não levou vantagem contra a defesa do Ceará. Suas tomadas de decisão pareceram nervosas, culminando em erros de passes fáceis que comprometeram a construção das jogadas.

Ferreira (Nota GE 4.5) teve pouca efetividade nas beiradas do campo no primeiro tempo, sua zona de maior rendimento, o que limitou seus confrontos individuais. Na segunda etapa, atuando como ponta esquerda em um 4-3-3, mostrou-se mais efetivo inicialmente, com dribles e um chute na trave, mas seu ímpeto logo diminuiu, sendo substituído. Dinenno (Nota GE 5.0) entrou na reta final para ser uma opção na bola aérea, mas recebeu poucas oportunidades. Lucca (Nota GE 5.0) também foi acionado para dar gás ao ataque pela esquerda, buscando jogadas de um contra um, mas sem sucesso em suas poucas participações.

Notas dos Jogadores do São Paulo x Ceará

A derrota para o Ceará, com um placar mínimo, expõe um problema recorrente no São Paulo : a falta de contundência ofensiva. As avaliações individuais e, principalmente, a nota do técnico, refletem uma noite em que o time não conseguiu se encontrar taticamente e nem individualmente para superar um adversário determinado. É um resultado que exige reflexão profunda e ajustes urgentes para as próximas rodadas do Campeonato Brasileiro.