São Paulo 2025: O Pior Ataque do Século? Entenda o Colapso Ofensivo Tricolor

O ano de 2025 se consolidou como um capítulo particularmente sombrio na história recente do São Paulo Futebol Clube. Para além das eliminações que feriram o orgulho tricolor, foi o desempenho ofensivo que lançou o clube em um patamar de preocupante ineficácia. Com apenas 79 gols marcados em 66 confrontos, o índice se posiciona como o terceiro mais baixo do século XXI, superando apenas os anos de 2018 e o lamentável 2019, período em que o time anotou meros 56 tentos.

Ao longo de todo o calendário, o Tricolor Paulista enfrentou uma série de obstáculos que impactaram diretamente sua área mais sensível: o setor ofensivo. Lesões sequenciais, aquisições que não corresponderam às expectativas e performances individuais aquém do esperado pavimentaram um cenário de pouca segurança e reduzida capacidade de definição nas jogadas.

O Calvário das Lesões: O Impacto nos Centroavantes

A gravidade da situação se acentuou com as sérias lesões que afastaram do campo todos os principais centroavantes do plantel. Calleri, figura de referência técnica, sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O promissor Ryan Francisco padeceu de um problema similar, com o agravante de atingir também o menisco.

Por sua vez, André Silva foi acometido por uma lesão complexa, envolvendo tanto o ligamento cruzado posterior quanto o anterior do joelho direito. Mesmo com um extenso período de inatividade, André Silva encerrou a temporada como vice-artilheiro da equipe, com 14 gols, um dado que sublinha a dimensão da lacuna deixada por sua prolongada ausência.

Lucas Moura também não escapou de um percurso de adversidades. Em março, uma lesão na cápsula posterior do joelho direito o afastou. No segundo semestre, uma artroscopia para remover uma fibrose incômoda foi necessária, e, em novembro, as dores na região reapareceram, estendendo seu período de recuperação.

Reforços que Não Deslancharam: O Fracasso das Novas Peças

Diante da fragilidade do setor ofensivo, a diretoria buscou soluções no mercado de transferências, contudo, as escolhas realizadas não produziram o impacto esperado. Gonzalo Tapia, Juan Dinenno e Emiliano Rigoni chegaram ao clube com caráter de urgência, mas sua contribuição foi marginal.

Em conjunto, somaram apenas sete gols, sendo cinco de Tapia, o único a demonstrar lampejos de desempenho. Este panorama de baixo aproveitamento dos novos talentos adicionou uma camada extra de frustração à já combalida capacidade ofensiva do time.

Luciano e Ferreirinha: A Irregularidade dos Talentos Disponíveis

Entre os atletas que estiveram à disposição por mais tempo, o rendimento também foi marcado pela inconstância. Luciano, embora tenha sido o artilheiro do time com 16 gols, teve sua temporada balizada por erros cruciais, notadamente nas quartas de final da Copa Libertadores, contra a LDU, em que o São Paulo desperdiçou chances manifestas antes de ser eliminado.

Ferreirinha, por sua vez, transitou entre exibições promissoras e atuações discretas, finalizando o ano com oito gols. A falta de uma peça consistentemente capaz de liderar o ataque, aliada à irregularidade dos principais nomes, impediu que o time encontrasse um ritmo ofensivo minimamente aceitável.

O Retrato Numérico de um Ataque Sem Potência

Os dados a seguir ilustram a queda acentuada na produção ofensiva do São Paulo nos últimos anos:

Mesmo em períodos de instabilidade prévios, o São Paulo conseguia manter, no mínimo, um desempenho ofensivo minimamente competitivo. No entanto, em 2025, a interrupção constante dos atacantes, as decisões questionáveis no mercado de transferências e a notória ausência de um líder capaz de guiar o setor expuseram uma falha de caráter estrutural.

Dessa forma, o clube inicia 2026 sob intensa pressão por soluções. Com a esperança de reaver atletas lesionados, reavaliar suas estratégias e qualificar o elenco em pontos específicos, o São Paulo busca desesperadamente restabelecer o equilíbrio ofensivo que o caracterizou como protagonista em eras passadas.